
Trabalho remoto ganha espaço como modelo corporativo
Antes visto como uma solução emergencial durante a pandemia de COVID-19, o trabalho remoto tem se consolidado como uma estratégia duradoura no meio corporativo atual. O modelo, conhecido também como remote first, em que toda a operação é pensada para funcionar 100% à distância, vem ganhando espaço em empresas que priorizam autonomia, clareza de objetivos e foco em resultados.
Segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), cerca de 9,5 milhões de brasileiros trabalharam remotamente em 2022, o que representa 9,8% dos ocupados não afastados. Em setores como informação, comunicação e serviços administrativos, esse percentual chegou a 25,8%, evidenciando uma adesão significativa ao formato.
Para Bárbara Ogoshi, diretora de gente e gestão da Digi, agência especializada em ações de engajamento e incentivo, nos últimos anos o formato remoto deixou de ser uma exceção e passou a ser uma escolha estratégica dentro das companhias.
"O que tem consolidado essa modalidade é simples: ela funciona. Para empresas que operam com autonomia, confiança e clareza de objetivos, o modelo remote first permite mais foco, mais flexibilidade e, principalmente, mais resultado", afirma. A empresa na qual ela atua promove o trabalho 100% remoto para seus colaboradores.
Na visão da diretora, o modelo também pode gerar um impacto positivo sobre os profissionais, que passam a trabalhar com mais propósito e consistência. "A performance sobe, não porque há um chefe por perto, mas porque há um motivo claro para fazer bem-feito", avalia.
A cultura organizacional também passa por uma ressignificação nesse contexto. De acordo com a executiva, se antes muitos valores eram sustentados pela convivência informal no ambiente físico, o trabalho remoto passou a exigir intenção e método. "A cultura nasce do que se repete, do que se valoriza, do que se compartilha, mesmo à distância", explica.
Mudanças organizacionais são necessárias
A estrutura operacional de uma empresa remote first também depende de ferramentas bem escolhidas e utilizadas com inteligência. Na Digi, por exemplo, quatro pilares sustentam essa operação: comunicação, gestão de tarefas, performance e engajamento.
Para o dia a dia, a executiva destaca que são utilizadas ferramentas como o Teams, para comunicação interna, e o WhatsApp, para comunicações pontuais, o Azure para organizar fluxos, prazos e prioridades e o Feedz, usado para feedbacks, celebrações e desenvolvimento contínuo.
"Nada substitui rituais e reconhecimento. Usamos ferramentas para criar conexão, mas também criamos momentos para lembrar que tem gente por trás de cada entrega", pontua.
Em vez de horas trabalhadas, outro aspecto central do modelo apontado por Ogoshi é a orientação por resultados, em que cada área pode definir seus próprios KPIs (Indicadores-Chave de Desempenho), utilizar métricas para mensurar a satisfação ou a taxa de engajamento. "O shift é simples: trocamos controle por clareza. A régua é sempre o impacto, não a agenda cheia. Essa é uma abordagem que exige maturidade e confiança", resume.
De acordo com a diretora de gente e gestão da Digi, processos como onboarding, desenvolvimento profissional e avaliaçães de desempenho também devem ser adaptados ao formato remoto, com atenção redobrada à personalização e ao acompanhamento.
"O desenvolvimento precisa ser contínuo, com trilhas, metas e feedbacks regulares. Já as avaliações devem ser feitas com base em entregas, competências e evolução individual, com foco no crescimento real do profissional", afirma.
Limites entre vida pessoal e profissional
O modelo remoto, embora ofereça flexibilidade, pode gerar confusão entre os limites da vida pessoal e profissional. Para lidar com isso, Ogoshi ressalta que as empresas devem adotar políticas que reforcem o respeito ao profissional.
Segundo ela, práticas como respeitar o horário de almoço e incorporar avisos, como "não precisa responder agora" ao vocabulário corporativo, ajudam a preservar o bem-estar. "Saúde mental não é só sobre pausas, é sobre se sentir respeitado enquanto trabalha", ressalta.
Embora o remote first não deva substituir todos os formatos de trabalho, a executiva acredita que ele já se consolidou como uma alternativa viável e eficiente. "O modelo já deixou de ser uma exceção. Ele é uma possibilidade real e concreta para empresas que sabem o que estão fazendo. No futuro, a tendência é que cada negócio encontre o seu ponto de equilíbrio, com mais flexibilidade, mais escuta e menos imposição", conclui a diretora.
Para saber mais sobre as soluções da Digi para empresas remote first, basta acessar: http://www.digi.ag
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