Logo
Tudo que você precisa saber sobre as eleições em um só lugar

Mulheres julgam mais que homens? Pesquisa aponta quem mais repara na celulite

10/10/2025 07:31 O Globo - Rio/Política RJ

Comentários sobre o corpo feminino continuam frequentes nas redes sociais, e, surpreendentemente, a maioria deles parte de outras mulheres. É o que revela um levantamento da GoldIncision realizado durante a campanha de verão, que mostrou que 90% das entrevistadas acreditam que são as próprias mulheres que mais reparam na celulite. A pesquisa ouviu 50 mulheres de diferentes idades e perfis, durante dois dias de ação presencial em São Paulo, para entender como o olhar feminino impacta a autoestima e a relação com o corpo.
Colágeno além do óbvio: por que famosas estão investindo em bioestimuladores para corpo inteiro
Confira: Truques do TikTok prometem acabar com a celulite, mas o que realmente funciona?
Os resultados indicam um padrão claro: a cobrança estética entre mulheres é mais severa do que a opinião masculina. Comentários do tipo "ela tem um corpo bonito, mas muita celulite" ou "com esse short dá para ver tudo" são comuns em publicações sobre corpo e verão. Para a maioria das participantes, essas críticas veladas e constantes são as principais responsáveis pela autocrítica e pelo desconforto com a própria imagem.
Uma das entrevistadas sintetizou o sentimento coletivo: "Acho que as mulheres reparam mais porque sabem como é se sentir julgada. Às vezes, o olhar vem de quem passa pelo mesmo". Outro ponto destacado é que, mesmo com o avanço dos movimentos de aceitação corporal, o padrão de beleza ainda é reforçado, muitas vezes de forma inconsciente, entre as mulheres, especialmente nas redes sociais.
Para o médico Roberto Chacur, essa percepção é reflexo de um condicionamento cultural profundo.
— As mulheres aprenderam, por gerações, a observar o próprio corpo com rigor. Esse olhar crítico acaba sendo reproduzido entre elas. A celulite é um exemplo clássico: está presente em quase todas as mulheres, mas ainda é vista como um defeito. O papel da estética deve ser o de restaurar harmonia e confiança, não o de atender a uma cobrança social — afirma.
A iniciativa fez parte da campanha de verão da GoldIncision, criada para ampliar o diálogo sobre a relação das mulheres com a beleza e a autoimagem. Segundo a marca, o objetivo foi compreender como a percepção corporal muda diante da exposição nas redes sociais e dos comentários vindos de outras mulheres.
O levantamento reforça que a discussão sobre celulite vai muito além da aparência. Ela reflete como a sociedade ensina as mulheres a se olharem e se compararem, impactando diretamente a autoestima. Para o especialista, reconhecer esse padrão é o primeiro passo para transformá-lo.
— Quando o cuidado com o corpo parte do desejo de se sentir bem, e não da comparação com outra mulher, a estética se torna um instrumento de autoestima e liberdade — conclui.
Mais do que identificar um comportamento, a pesquisa propõe um novo olhar: transformar a estética em uma ferramenta de acolhimento, autoconfiança e respeito entre as mulheres.

Fonte original: abrir