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Tubarão-branco gigante intriga cientistas ao nadar até o Canadá e pode ajudar a desvendar mistério do acasalamento da espécie; vídeo

10/10/2025 10:37 O Globo - Rio/Política RJ

Pesquisadores do grupo de pesquisa marinha OCEARCH, nos Estados Unidos, estão acompanhando os movimentos de um grande tubarão-branco que pode ajudar a resolver um dos maiores enigmas do oceano: onde essa espécie acasala. O animal, apelidado de Contender, mede 4,2 metros, pesa cerca de 753 quilos e tem idade estimada em 30 anos. Ele foi marcado em janeiro deste ano, a aproximadamente 70 quilômetros da costa entre a Flórida e a Geórgia, nos Estados Unidos.
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O rastreamento é feito por satélite e só emite um sinal, conhecido como “ping”, quando a barbatana dorsal do tubarão rompe a superfície da água. Segundo o The Sun, no início de outubro, o Contender foi detectado próximo ao Golfo de São Lourenço, na Península de Labrador, no Canadá. Segundo os cientistas, isso o torna “um dos tubarões mais ao norte já registrados”.
Confira o momento da captura:
Durante o verão e o outono do Hemisfério Norte, o predador tem se alimentado intensamente de focas para ganhar massa antes de retornar ao sul no inverno. “Ele está colocando muita pressão sobre as focas, comendo constantemente, nadando na frente das colônias e se preparando para a migração de volta à Flórida”, explicou Chris Fischer, fundador e líder de expedição da OCEARCH. O pesquisador destacou ainda que a presença de grandes tubarões-brancos ajuda a equilibrar o ecossistema marinho. “Quando estão por perto, as focas comem menos e nossos estoques de peixes são protegidos”, afirmou.
A jornada de Contender ao norte também reforça a capacidade de adaptação da espécie a diferentes temperaturas. “Os tubarões-brancos conseguem se aquecer e sobreviver em águas frias, desde que tenham alimento suficiente”, observou Fischer. O animal foi avistado brevemente na região de Natashquan, no Canadá, em 29 de setembro, com outro registro rápido em 2 de outubro — sinais que confirmam sua presença naquelas águas.
Além de representar a recuperação de uma população que chegou a apenas 9% do tamanho original devido à pesca predatória nas décadas de 1960 a 1980, o Contender pode ser essencial para compreender o comportamento reprodutivo dos grandes tubarões-brancos. “Nunca foi identificado um local de acasalamento em nenhuma das nove populações conhecidas no mundo”, disse Fischer. “Esses machos maduros podem ser a chave para resolver esse mistério.”
Os cientistas esperam que os movimentos do tubarão nos próximos meses, especialmente na primavera de 2026, ofereçam pistas cruciais. “Será muito interessante observar onde o Contender estará em março e abril do próximo ano”, concluiu Fischer. “Talvez estejamos prestes a descobrir, pela primeira vez, onde os grandes tubarões-brancos realmente se reproduzem.”

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