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Senadora americana pede informações a grupo de fundos sobre ajuda financeira dos EUA à Argentina

10/10/2025 03:01 O Globo - Rio/Política RJ

A senadora americana democrata Elizabeth Warren pediu a um grupo que representa fundos de hedge e outros gestores de ativos dos EUA que descrevesse qual papel, se algum, teve nas discussões do governo Trump sobre como ampliar o apoio financeiro dos Estados Unidos à Argentina no atual período de turbulência nos mercados do país sul-americano.
Em uma carta endereçada a Bryan Corbett, diretor-presidente da Managed Funds Association (Associação de Fundos Geridos), Warren solicitou informações e documentos relacionados a esforços de lobby do grupo em torno de um pacote de apoio à Argentina coordenado pelo secretário do Tesouro, Scott Bessent.
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O secretário anunciou ontem que os EUA compraram pesos argentinos no mercado de câmbio para ajudar a sustentar a moeda do país dirigido por Javier Milei, aliado do presidente americano, Donald Trump. Sem dizer quanto e como os EUA venderam dólares no mercado argentino, o secretário informou ainda que o país concordou em fornecer uma linha de swap de US$ 20 bilhões ao banco central da Argentina. Ele recebeu ontem o ministro da Economia da Argentina, Luis Caputo, em Washington.
Scott Bessent e Luis Caputo anunciam acordo depois de quatro dias de reunião em Washington
Reprodução
A oferta de socorro, feita a um país com histórico de calotes e desvalorizações, tem como objetivo ajudar Milei a conquistar uma vitória nas eleições legislativas de 26 de outubro, o que manteria em curso seu programa de reformas econômicas drásticas.
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Mas a ajuda americana pode beneficiar gestores de fundos de hedge sem resolver os problemas estruturais da Argentina, segundo Warren.
"Vinte bilhões de dólares podem não ser suficientes para conter, por si só, o declínio econômico da Argentina, mas podem comprar tempo para que investidores de fundos de hedge se desfaçam de suas posições sem sofrer perdas maciças", escreveu a senadora na carta. "Diante dos interesses de seus membros, estou buscando informações adicionais sobre qual papel, se algum, a Managed Funds Association ou seus membros desempenharam no resgate dos mercados financeiros argentinos promovido pelo governo Trump."
Interrogatório por escrito
A senadora pede que a MFA responda perguntas sobre suas interações com o governo Trump a respeito do pacote de apoio à Argentina, bem como sobre as interações que seus membros possam ter tido.
As informações solicitadas incluem comunicações entre a associação e o governo Trump sobre o apoio financeiro dos EUA, investimentos que os membros do grupo mantêm na Argentina e quaisquer mensagens trocadas sobre essas posições.
Warren também busca cópias de comunicações que a associação possa ter enviado aos seus membros após o anúncio inicial de apoio à Argentina feito por Bessent em 22 de setembro. Ela pede que a associação responda às suas perguntas até 22 de outubro.
A carta foi recebida pela associação, e sua equipe está analisando o conteúdo, segundo um porta-voz da MFA.
Senadora tenta barrar ajuda
Junto com a carta, Warren apresentou um projeto de lei que limitaria a capacidade do governo Trump de usar o Fundo de Estabilização Cambial do Tesouro (Exchange Stabilization Fund, ESF) para prestar apoio à Argentina.
O projeto impediria o Tesouro de usar o ESF para "fornecer apoio financeiro direto ou indireto à Argentina, inclusive por meio do estabelecimento de linhas de swap cambial, da compra de pesos ou de dívida soberana argentina, ou da concessão de qualquer instrumento de crédito."
Uma cláusula da proposta determina que qualquer contrato ou instrumento financeiro firmado antes da entrada em vigor da lei deverá ser encerrado no prazo de sete dias após sua promulgação.
A proposta pode ser levada à votação por meio de um procedimento do Senado chamado “consentimento unânime”. Parlamentares favoráveis à medida planejam forçar uma votação em breve, segundo uma fonte familiarizada com o assunto.
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