
Quem foi Alfred Nobel, criador do Prêmio Nobel e inventor da dinamite?
Em 10 de dezembro de 1901, foi realizada a primeira cerimônia do Prêmio Nobel, no quinto aniversário de morte de seu criador, Alfred Bernhard Nobel, pacifista e filantropo que, no fim da vida, decidiu em testamento legar parte de seu patrimônio, cerca de US$ 265 milhões (mais de R$ 1,4 bilhões, na cotação atual), para a sua fundação, que passaria a conferir prêmios anuais a pessoas notáveis e benfeitores da humanidade. Nascido em 21 de outubro de 1833, em Estocolmo, na Suécia, o químico, engenheiro, empresário, industrial e inventor registrou mais de 350 patentes.
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Foi graças à sua mais famosa invenção, a dinamite, em 1867, que ele ficou milionário, mas também conquistou a alcunha de Mercador da Morte. A ideia do prêmio foi uma tentativa de reparar o mal causado por sua invenção, que vitimou até mesmo seu irmão caçula, Emil. A demora na criação do prêmio deveu-se ao fato de que parentes não aceitavam a sua decisão.
Filho de Immanuel Nobel e Andriette Ahlsell Nobel, Alfred nasceu em Estocolmo, em 1833. Poucos anos depois, sua família se mudou para a Rússia em busca de melhores oportunidades financeiras. Lá, seu pai abriu uma oficina mecânica que fornecia equipamentos para o exército russo.
Desde jovem, Alfred demonstrou interesse por literatura, física e química — algo que preocupava o pai, que esperava vê-lo seguir carreira na engenharia. Para direcionar o filho a um caminho mais técnico, Immanuel o enviou ao exterior para estudar engenharia química.
Durante os estudos, Alfred teve contato com a nitroglicerina, uma substância altamente instável e considerada perigosa demais para uso prático. De volta à Rússia, passou a trabalhar com o pai na tentativa de empregar o composto como explosivo na construção civil.
Com o fim da guerra e a crise que atingiu os negócios da família, os Nobel retornaram à Suécia em 1863. Determinado a aperfeiçoar a manipulação da nitroglicerina, Alfred iniciou uma série de experimentos que, apesar dos avanços, resultaram em diversos acidentes.
Três anos depois, em 1866, Nobel desenvolveu a dinamite — resultado da mistura entre nitroglicerina e uma substância porosa que tornava o material mais estável e moldável. O invento incluía ainda um detonador com pavio, que permitia controlar o momento da explosão. A inovação revolucionou a engenharia civil e rapidamente se espalhou pelo mundo. Nobel fundou cerca de 90 fábricas em diversos países para comercializar seu produto, acumulando uma das maiores fortunas da época.
Alfred Nobel morreu em 10 de dezembro de 1896, em San Remo, na Itália. Em seu testamento, destinou a maior parte de sua herança à criação do Prêmio Nobel, voltado a reconhecer contribuições notáveis à humanidade nos campos da Física, Química, Medicina, Literatura e Paz. A decisão de incluir a categoria da Paz teria sido inspirada por sua amizade com a escritora e ativista austríaca Bertha von Suttner — que mais tarde, em 1905, se tornaria a primeira mulher a receber o prêmio.
Desde então, o Nobel tornou-se o mais importante conjunto de prêmios internacionais, anunciados por comitês suecos e noruegueses, em reconhecimento aos avanços culturais e científicos. Os primeiros laureados foram Wilhelm Conrad Röntgen (Física), Jacobus Henricus van't Hoff (Química), Emil Adolf von Behring (Medicina), Sully Prudhomme (Literatura), o suíço Jean-Henri Dunant e o francês Frédéric Passy (Paz). Os prêmios de Literatura, Medicina, Física, Química e Economia são concedidos em Estocolmo, na Suécia, enquanto o da Paz é entregue em Oslo, na Noruega.
Na entrega do Nobel em Estocolmo, cada laureado recebe do rei da Suécia um diploma e uma medalha de ouro com a efige de Alfred Nobel, e em seguida é servido um banquete para 1.300 convidados, no Salão Azul da Câmara Municipal. Em Oslo, o Nobel da Paz é apresentado pelo Presidente do Comitê Nobel, na presença dos reis da Noruega, do governo norueguês, de representantes do Parlamento e convidados. Além disso, todos os contemplados recebem da Fundação Nobel 8 milhões de coroas suecas, cerca de US$ 1,2 milhão (R$ 5 milhões).
O site nobelprize.org exibe uma lista contendo os dez laureados mais populares, que traz Martin Luther King Júnior (Nobel da Paz, em 1964) em primeiro lugar, seguido por Albert Einstein (Física, em 1921); Malala Yousafzai, a laureada mais jovem (Paz, em 2014); Marie Curie, a primeira mulher a ser agraciada e a ganhar duas vezes a premiação (Física, em 1903, e Química, em 1911), por suas pesquisas com a radioatividade; Niels Bohr (Física, em 1922), cujos trabalhos contribuíram para a compreensão da estrutura atômica e da física quântica; Rabindranath Tagore (Literatura, em 1913); Madre Teresa de Calcutá (Paz, em 1979); Nelson Mandela (Paz, em 1993); Bob Dylan (Literatura, em 2016) e Pablo Neruda (Literatura, em 1971).
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