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Prisão de filha suspeita de envolvimento na morte de pai que passou mal após feijoada é mantida pela Justiça

09/10/2025 22:41 O Globo - Rio/Política RJ

A Justiça decidiu manter presa a estudante de Direito e motorista de ônibus, Michelle Paiva da Silva, de 43 anos. A decisão foi tomada durante uma audiência de custódia, realizada nesta quarta-feira. Suspeita de envolvimento na morte do pai, o aposentado Neil Correa da Silva, de 65, que passou mal após comer uma feijoada, Michelle havia sido detida, nesta terça-feira, por policiais paulistas e agentes da Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense(DHBF), ao chegar em uma universidade, no bairro do Engenho Novo, na Zona Norte do Rio.
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Apesar da morte ter ocorrido em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, Michelle teve a prisão temporária decretada pela Justiça de São Paulo. Segundo o delegado Alisson Leite, do 1º Distrito Policial de Guarulhos, ela deverá ser levada para a cidade paulista de Guarulhos, nesta sexta-feira. A delegacia paulista chegou até a estudante a partir da prisão de Ana Paula Veloso Fernandes, ocorrida em julho. Amiga de Michelle, ela é acusada de três assassinatos, em São Paulo, ocorridos com envenenamento, e de envolvimento na morte de Neil Correa da Silva. No telefone de Ana Paula, após uma quebre de sigilo autorizada pela Justiça, a polícia encontrou conversas sobre o planejamento da morte do aposentado.
Ana é suspeita de ter levado a feijoada servida ao aposentado Neil. Ele morreu após ingerir a comida
Reprodução
Contratada pela estudante para executar a morte do pai, Ana Paula Veloso Fernandes é apontada como a responsável por trazer uma feijoada, servida para a vítima, no dia 26 de abril de 2025, horas antes de ela morrer, em um hospital de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Também estudante do mesmo curso de Michelle, Ana é descrita pela polícia como serial killer, inteligente, e manipuladora. Além disso, ainda tentava dificultar o andamento das investigações.
Denunciada por um total de quatro homicídios, três deles ocorridos em São Paulo, Ana Paula procurava a polícia paulista com frequência, desde que mudou de Duque de Caxias para Guarulhos, no dia 15 de janeiro, para registrar ocorrências. Numa delas, alegou que estava sendo vítima de uma ameaça. Na ocasião, ela mencionou a existência de um bolo, supostamente envenenado, que havia sido deixado na universidade onde estudava, na cidade paulista. Investigadores do 1º Distrito Policial de Guarulhos descobriram, no entanto, que ela mesmo havia preparado a sobremesa. O objetivo seria tentar forjar a autoria de um homicídio, em que ela estaria envolvida, direcionando as investigações sobre o crime para outra pessoa.
— Ela tentou imputar um dos homicídios a uma terceira pessoa. Esse bolo supostamente envenenado, em tese, seria para ameaçá-la. Por isso, ela foi como vítima à delegacia. De vítima, saiu para acusada de quatro homicídios qualificados. E efetivamente se comprovou que ela é uma serial killer. É uma pessoa inteligente e manipuladora. Uma pessoa que sabia o que estava fazendo. Agia sempre pensando numa futura investigação, no sentido de dificultar a investigação. Gostava muito de ir à delegacia e de estar sempre perto da polícia. De monitorar aquilo que estava sendo feito — explicou o delegado Alisson Leite Hideão, do 1º Distrito Policial de Guarulhos, responsável pela investigação dos quatro casos.
Corpo foi exumado e levado para o IML do Centro do Rio de Janeiro
Fabiano Rocha/Agência O Globo
Michelle e Ana se conheceram numa universidade, na Zona Norte do Rio. Ambas eram moradoras de Duque de Caxias e cursavam Direito numa mesma sala. Em janeiro, a segunda foi para São Paulo, onde passou a estudar. Mas, a amizade entre as duas mulheres continuou. Segundo uma investigação, a motorista de ônibus não tinha uma boa relação com o pai. Por isso, teria contratado a amiga, que contou com o apoio de uma irmã gêmea, para executar a vítima. Segundo a polícia, foi Ana Paula quem trouxe a feijoada servida para o aposentado. Antes, disso, Michele passou a comida num liquidificador, já que seu pai tinha dificuldades para engolir alimentos.
O crime teria custado R$ 4 mil. Mas, como Ana Paula Veloso Fernandes havia feito um empréstimo com a contratante, o valor da dívida foi abatido. Assim, a filha do aposentado teria pagado efetivamente R$ 1,4 mil pelo assassinato, segundo o delegado Alisson Leite.
Nesta quinta-feira, policiais paulistas e agentes da Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense, que também já investigavam a morte do aposentado Neil Correa da Silva, realizaram a exumação do corpo da vítima. O cadáver que estava sepultado no Cemitério Memorial Rio, em Cordovil, foi levado para o Instituto Médico-Legal, no Centro do Rio.
Um exame pericial vai tentar confirmar se o idoso foi ou não envenenado. Além disto, os legistas também tentarão identificar que substância teria sido usada para matar o aposentad

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