
Morte por feijoada: suspeita responde no Rio por atear fogo na casa do ex-marido e vender um imóvel dele sem autorização
Descrita pela polícia paulista como uma serial killer que costumava frequentar delegacias e dificultar investigações, a estudante de Direito Ana Paula Veloso Fernandes, de 36 anos, apontada como responsável por quatro homicídios ocorridos em 2025, três em São Paulo e um em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, não era uma pessoa desconhecida da polícia fluminense. No Rio, onde foi casada por dez meses com um cuidador de idosos e babalorixá, ela responde por, entre outras coisas, atear fogo na casa do ex-marido e invadir e depredar um terreiro de candomblé mantido pela família do religioso.
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E não é só. O ex-marido também está processando a estudante por ter se apossado de uma casa que pertencia a ele e de ter vendido o imóvel, sem qualquer autorização, por valores variando entre R$ 60 mil e R$ 80 mil. O casal se conheceu em uma casa espírita na Baixada Fluminense e acabou se aproximando. No dia 26 de maio de 2023, eles selaram uma união e casaram. Mas, meses depois, uma descoberta provocou o início de uma separação.
— Descobri que ela queria dar um golpe e tomar uma casa de uma pessoa. Ela precisava da minha assinatura para uma papelada, porque era casada comigo. Eu não aceitei aquilo. A partir daí, ela começou a infernizar a minha vida. Chegou a se mutilar para pedir uma medida protetiva judicial — disse o ex-marido, que pediu para não ter o nome divulgado.
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Em março de 2024, houve uma separação de corpos e, segundo o religioso, Ana passou a ocupar imóvel, que abrigou também a irmã gêmea dela, Roberta Cristina Veloso. Mais tarde, ela teria repassado a casa para uma terceira pessoa, após oferecer a propriedade para venda pelas redes sociais. Um homem, que seria o suposto comprador, chegou a ocupar a residência, mas saiu do local após a polícia ser acionada. Em novembro de 2024, Ana Paula invadiu um terreiro da família do cuidador de idosos. Ela depredou o local e destruiu imagens. Além, disso, também ateou fogo na casa do ex-marido.
Os casos foram registrados na Delegacia de Crimes Raciais e de Delitos de Intolerância(Decradi) e na 48ª DP (Seropédica). Ana Paula responde ainda a um procedimento de denunciação caluniosa. O caso tramita em uma Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam) por suposta falsa comunicação de agressão, onde o ex-marido era apontado como autor. O inquérito, também instaurado na 48ª DP, apura uma denúncia feita por Ana dando conta de que ela teria sido ameaçada pelos ex-sogros. Segundo o babalorixá, a denúncia é falsa e foi a estudante de Direito quem chegou a ameaçar a família.
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O nome de Ana Paula veio à tona , na última terça-feira, quando a amiga, motorista de ônibus e universitária Michelle Paiva da Silva, de 43, foi presa por policiais paulistas e por homens da Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense(DHBF), ao chegar numa universidade, no Engenho Novo, na Zona Norte do Rio. As duas eram colegas de sala e, segundo a polícia, se conheceram no estabelecimento de ensino.
Segundo investigações do 1º Distrito Policial de Guarulhos, em São Paulo, Michelle contratou Ana para matar o próprio pai, com quem não tinha uma boa relação. A vítima foi o aposentado Neil Corrêa da Silva, de 65. Ele morreu no dia 26 de abril, após comer uma feijoada levada por Ana Paula. Como tinha dificuldade para mastigar alimentos, a filha dele teria batido a comida no liquidificador. Ele ainda chegou a ser levado para o Hospital Adão Pereira Nunes, em Duque de Caxias, mas não resistiu e morreu. Na última quinta-feira, o corpo do aposentado foi exumado de um cemitério e levado para o Instituto Médico-Legal, no Centro do Rio. O cadáver passará por exames. O objetivo é o de tentar encontrar indícios de que a vítima foi envenenada.
Segundo uma investigação, a motorista de ônibus não tinha uma boa relação com o pai. Por isso, teria contratado a amiga, que contou com o apoio de sua irmã gêmea, para executar a vítima. O crime teria custado R$ 4 mil. Como Ana Paula Veloso Fernandes havia feito um empréstimo com Michelle, o valor da dívida foi abatido. Assim, a filha do aposentado teria pagado efetivamente R$ 1,4 mil pelo assassinato. Ana foi presa no dia 9 de julho último em São Paulo. Em setembro, teve a prisão temporária transformada em preventiva. Sua irmã gêmea, identificada como Roberta Cristina Veloso, foi detida em agosto. Ela foi capturada por conta de um mandado de prisão temporária.
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