
Arqueólogos descobrem navio romano de 2 mil anos surpreendentemente preservado na Croácia
Imagine caminhar por uma praia ensolarada no Mediterrâneo e, sem saber, flutuar sobre um pedaço intacto da Roma Antiga. Foi o que aconteceu na costa da Dalmácia, na Croácia, onde arqueólogos descobriram um navio romano de quase dois milênios — e em estado de conservação tão impressionante que parece ter acabado de ser construído.
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O achado ocorreu no vilarejo de Sukošan, próximo a Zadar, um dos destinos turísticos mais visitados do país. O naufrágio foi revelado no final do mês de setembro após cinco anos de escavações no antigo porto romano de Barbir, onde mergulhadores haviam encontrado uma prancha com um prego metálico em 2020.
Agora, veio à tona uma embarcação de cerca de 13 metros de comprimento e 3,5 metros de largura, datada entre o primeiro e o segundo século d.C., durante o reinado do imperador Trajano. O navio, segundo os pesquisadores, provavelmente foi vítima de uma tempestade que o lançou contra a costa.
Uma imagem sem data do naufrágio na Baía de Barbir, perto de Sukošan, na Croácia, tirada de cima.
Divulgação/Centro Internacional de Arqueologia Subaquática
Arqueólogos do Centro Internacional de Arqueologia Subaquática em Zadar lideraram as escavações, em colaboração com uma equipe multinacional de especialistas da Universidade Nicolau Copérnico, na Polônia; do Instituto Max Planck, na Alemanha; da Universidade de Aix-Marselha, na França; além das empresas francesas Ipso Facto e croata NavArchos, ambas dedicadas à pesquisa subaquática. Juntos, os grupos empregaram técnicas avançadas de fotogrametria e modelagem 3D para registrar cada detalhe da estrutura.
Segundo o Newsweek, a equipe descreve o estado de preservação como “extraordinário”: a quilha, as pranchas e até partes da estrutura superior resistiram intactas sob a areia. Algumas tábuas, dizem os arqueólogos, “parecem recém-esculpidas”. Fragmentos de cerâmica, vidro e moedas antigas também foram encontrados, indicando que o navio fazia parte das rotas comerciais romanas que conectavam cidades mediterrâneas.
Entre os objetos mais curiosos estão dois jarros completos e centenas de caroços de azeitona — sinal de que a embarcação transportava o fruto, talvez para processamento ou venda.
Em vez de ser retirada do fundo do mar, a embarcação será preservada in situ, protegida por uma membrana especial e novamente coberta por areia — o mesmo ambiente que a manteve intacta por dois mil anos. Uma reconstrução em escala reduzida, porém, será exibida ao público, permitindo que o navio “renasça” em terra firme e conte, de perto, a história de uma Roma que ainda repousa sob as ondas.
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