
Semana de Moda de Milão: as tendências de verão 2026 que importam
Ficção, cinema e estreias importantes fizeram da última Semana de Moda de Milão, terminada no dia 28 de setembro, a mais badalada de todos os tempos. Além do curta-metragem de Demna para a Gucci e da controversa versão de “Uma noite no museu”, de Dario Vitale para a Versace, não faltaram assuntos nem imagens de impacto durante os cinco dias.
Meryl Streep (ou seria Miranda Priestly?) causou no desfile da Dolce & Gabbana, durante as gravações de “O diabo veste Prada 2”, ao sentar-se à frente de Anna Wintour, sua “musa inspiradora”. Entre as estreias mais celebradas, estava a de Louise Trotter na Bottega Veneta. “São tão poucas figuras femininas que é importante ter essa representação”, ressalta a consultora de estilo Manu Carvalho.
Dario Vitale, ex-Miu Miu, assumiu a Versace com proposta inspirada nos anos 1980 de Gianni, fundador da marca. O resultado dividiu opiniões. Para muitos faltou preto, faltou sexy, faltou Medusa. Para outros, havia o mais importante: o DNA do irmão de Donatella. Demna Gvasalia, que substituiu Sabato de Sarno na Gucci, também fez barulho. “Apagou” o feed do Instagram um dia antes do desfile, e divulgou os looks da coleção La Famiglia.
Miuccia Prada e Raf Simons revisitaram a trajetória da Prada, colocando as saias favoritas da estilista italiana como protagonistas. A coleção apresentou ampla paleta de cores. “Foram os tons mais alegres. Em tempos sisudos como os atuais, precisamos de mais otimismo”, afirma Laura Rysman, colunista do New York Times.
Ferragamo, Fendi e Giorgio Armani também seguiram caminhos cromáticos. As duas últimas casas com despedidas históricas: Silvia Venturini Fendi deixou a direção criativa da maison, mantendo-se como presidente honorária, e Armani, morto no último dia 4 de setembro aos 91 anos, exibiu seu último desfile. A seguir, um resumo das principais tendências.
Básico na cor, mas não no shape
Coelção de verão 2026 da Boss
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As coleções de verão desembarcam no Brasil em pleno outono, ocasião perfeita para investir em um novo casaco de couro. “É um item fundamental para marcas italianas, que são especialistas nesse material, para dar uma opção carry over às clientes”, explica Laura Rysman. A peça surge repaginada, em tons atemporais como preto, marrom e caramelo, mas com shapes que fogem do óbvio. “Novos exercícios de modelagem abrem possibilidades para clientes que não querem mais do mesmo”, diz Manu Carvalho. Na Dolce & Gabbana, ele aparece oversized e maleável, já na Boss e na Jil Sander, ganha ares de blazer revisitado. Enquanto na Gucci e na Versace assume a silhueta esportiva do bomber.
Colo à mostra
De tricô, em alfaiataria, estruturados ou leves, os tops dominaram as passarelas de marcas como Fendi, Emporio Armani, Alberta Ferretti e Prada. “Os designers precisam mostrar o sexy para terem coleções mais atrativas”, avalia Laura. Já Manu contextualiza a trend com algo que já vem sendo feito desde o pós-pandemia. “A gente começou a ver muito o sutiã bralette, mas com outras peças por cima. Agora é a vez de ele brilhar também sozinho”.
Na mão, mas não só
Em meio à correria do dia a dia, as it bags são carregadas na mão ou acomodadas sob o ombro. “É uma tendência de styling”, diz Manu. Já Laura acredita ser um truque para as bolsas saírem bem nas fotos: “Maximiza a visualização do item”.
Pontas soltas
Franjas no look Ferragamo
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Elegante por natureza, a Semana de Moda de Milão veio mais descolada, mesmo em looks de tonalidades sóbrias. O motivo? Franjas à la melindrosa (sem o shape anos 1920), como na The Attico e na Etro, na barra, como na Bottega Veneta e na Alberta Ferretti, ou em truques de styling, como na Boss, em que a faixa substitui o cinto. “As mulheres de hoje precisam de movimento”, declara Laura.
Faça chuva ou faça sol
Trench Coat The Attico
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Beges e tecidos variados, o trench coat se fez presente. “É o perfeito bate-caixa de apelo comercial”, diz Manu. Vale substituí-lo como vestido, como fez a Gucci e a The Attico, ou apostar em modelos sem gola, como da MM6 Martin Margiela.
Cartela infinita
Verão 2026 da Prada
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A combinação de cores surge improvável, mas harmônica. A temporada pede tons alegres, inclusive na tão comentada Versace de Dario Vitale. Ele abriu o show com camisa cobalto sobreposta a top azul e outro vermelho, além da calça capri verde. Na Prada, a polo vermelha veio com microshort rosa quase lilás.
Power women
Ombros pronunciados na passarela de Giorgio Armani
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O blazer com ombros largos é o companheiro perfeito para complementar qualquer look na próxima estação. “Foi algo visto em diversos desfiles”, atesta Manu. Já Laura nota que, além das marcas que têm alfaiataria no seu DNA, outras também surfaram na onda: “Como a Missoni. Dá esse poder masculino ao look”.
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