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Mangueira aposta em fantasias leves e de fácil leitura para conectar a Sapucaí ao Amapá

09/10/2025 18:21 O Globo - Rio/Política RJ

Não teve chuva que apagasse a ansiedade e a expectativa em torno da apresentação das fantasias que a Estação Primeira de Mangueira vai levar à Sapucaí em 2026. Em evento realizado em seu barracão na Cidade do Samba, nesta quarta-feira (8), a escola apresentou seus protótipos à imprensa, diretores, comunidade e demais convidados, todos com celulares devidamente lacrados e guardados para evitar quaisquer spoilers.
No próximo carnaval, a Mangueira vai apresentar o enredo “Mestre Sacaca do encanto tucuju — O guardião da Amazônia negra”, defendido pelo carnavalesco Sidnei França, em seu segundo ano na verde e rosa, após o 6° lugar em 2025 com um desfile sobre as raízes banto que moldaram o Rio de Janeiro.
Antes do desfile dos protótipos, quem esteve na Cidade do Samba acompanhou um discurso confiante e, acima de tudo, emotivo da presidente Guanayra Firmino.
— Sidnei, hoje posso dizer que você foi a melhor coisa que aconteceu na minha vida nesses últimos dois anos — derreteu-se a dirigente, ao se referir ao carnavalesco.
Sidnei França, carnavalesco da Mangueira, apresenta o desfile de protótipos de fantasias para o carnaval 2026
JM Arruda
Na sequência, Sidnei subiu ao palco para apresentar o enredo e as fantasias de 2026, não sem antes retribuir o carinho a Guanayra, para delírio geral dos mangueirenses sob testemunho.
Declarações à mesa, era chegada a hora do mundo — ou parte bem restrita dele — conhecer os figurinos das alas para 2026, no desfile que vai contar a trajetória de Mestre Sacaca, xamã babalaô e amapaense ilustre.
E o que Sidnei e sua equipe apresentaram foi um conjunto de fantasias majoritariamente leves e de fácil leitura do enredo, sob pesquisa de Sthefanye Paz e Felipe Tinoco.
Em conjunto, são quase 30 alas que demonstram, a princípio, uma eficiência de transmissão de mensagens que certamente facilitará a conexão Sapucaí — Amapá durante o desfile.
A Mangueira de 2026 vai apostar em tons cítricos, especialmente em um setor específico, além de variações terrosas, com muito marrom, coral, laranja e vermelho. O verde e rosa, claro, estarão presentes, mas não em momentos supostamente óbvios do desfile.
É pertinente dizer que a concepção das fantasias a partir da visão de Sidnei França foge da previsibilidade, mas sem causar estranhamento ou dificuldade de entendimento no espectador. Há conceito, mas sem hermetismo.
Cabe destacar o trabalho de estamparias em diversas alas, fruto do trabalho do designer Lucas Jacintho, aluno de Sidnei França na pós-graduação que o carnavalesco leciona. E também merece atenção a elegância do traço dos figurinos, sob assinatura de Lucas Abelha.
— Está feito aqui nosso pacto para Mangueira campeã do carnaval 2026 — encerrou Sidnei, sob aplausos efusivos de colaboradores, torcedores e dirigentes.
Na sequência, a festa de sucesso foi encerrada de forma coerente com uma performance segura e afinadíssima de Dowglas Diniz, cria mangueirense e que assumirá, pela primeira vez, o microfone da escola em voo solo. Sob a regência suave, mas ponta firme, dos mestres de bateria Rodrigo Explosão e Taranta Neto.
Cuidado que a Mangueira vem aí, cuidado que Sacaca vem aí.

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