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Fraude no INSS: PF realiza nova operação em 8 estados

09/10/2025 10:38 O Globo - Rio/Política RJ

A Polícia Federal realiza, nesta quinta-feira, uma nova fase da Operação Sem Desconto, que apura esquema bilionário de descontos associativos irregulares em aposentadorias e pensões. Estão sendo cumpridos 66 mandados de busca e apreensão expedidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no Distrito Federal e em outros sete estados: São Paulo, Sergipe, Amazonas, Rio Grande do Norte, Santa Catarina, Pernambuco e Bahia.
Segundo a PF, esta nova fase da operação tem como foco aprofundar as investigações sobre possíveis crimes de inserção de dados falsos em sistemas oficiais, formação de organização criminosa e ocultação de patrimônio ligados a um esquema que teria desviado bilhões de reais de beneficiários do INSS entre 2019 e 2024. A ação conta com o apoio da Controladoria-Geral da União (CGU).
A primeira fase da operação foi deflagrada em abril de 2025, quando a PF e a CGU revelaram que sindicatos e associações de aposentados realizaram descontos indevidos e sem autorização diretamente nos contracheques de beneficiários, totalizando R$ 6,3 bilhões. Na ocasião, a cúpula do INSS foi afastada suspeita de envolvimento no esquema.
As entidades envolvidas afirmavam oferecer serviços como planos de saúde, descontos em academias e assistência jurídica, mas, segundo a CGU, não possuíam estrutura real para executar o que prometiam. Em muitos casos, os aposentados sequer tinham conhecimento de que haviam sido associados, descobrindo os descontos apenas ao consultar seus extratos de benefício.
Em setembro, a PF prendeu os empresários Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, e Maurício Camisotti, apontados como principais operadores financeiros do esquema.
Na ocasião, as buscas também atingiram o advogado Nelson Willians, suspeito de intermediar transações com uma das associações investigadas. Agentes apreenderam armas, réplicas de carros de Fórmula 1, relógios suíços de luxo e obras de arte durante a operação de setembro.
O “Careca do INSS” é apontado como figura central da rede de corrupção que atuava infiltrada no sistema previdenciário. Segundo os investigadores, ele coordenava empresas que funcionavam como intermediárias financeiras entre as associações fraudulentas e servidores públicos. Parte dos recursos desviados era repassada a funcionários do INSS responsáveis por autorizar convênios e validar descontos nos benefícios.
O caso levou à instalação de uma CPI no no Congresso que investiga o impacto do esquema.

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