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Diva do beat melody, Zaynara reúne as novidades do Pará em 'Amor perene'

10/10/2025 00:01 O Globo - Rio/Política RJ

Aos 24 anos de idade, a cantora paraense Zaynara, ponta de lança do estilo beat melody, deu o seu passo mais firme, às 21h desta quinta-feira, “para que as pessoas conheçam mais de mim em termos de som e como artista mesmo”: o lançamento do seu segundo álbum da carreira, “Amor perene”.
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É o disco que tem tudo para levá-la ao Brasil inteiro, dias depois de ter dividido o palco com as conterrâneas (e suas referências artísticas) Joelma, Dona Onete e Gaby Amarantos em shows do festival The Town (e São Paulo) e do Amazônia Live (celebração fluvial em Belém, que ainda teve a participação da diva americana Mariah Carey).
— Mas eu ainda tô aqui em Belém, passando calor, tomando tacacá, comendo açaí... talvez em algum momento que talvez isso mude, mas por agora tô aqui! — brincava ela, em entrevista por Zoom. — E no domingo, a gente vai ter o Círio (de Nazaré), então tá todo mundo aqui com a casa cheirando a maniçoba, todo mundo preparado!
Para ela, os show no The Town e no Amazônia Live foram ocasiões mais do que simbólicas:
— Eu me vi ali representando os artistas da minha geração. Quando subo no palco, levo comigo não só a minha música, mas a música que a galera faz hoje no Pará, para mostrar mesmo o quanto a gente é potente, o quanto tem de coisa boa que as pessoas ainda precisam conhecer e irão conhecer.
Zaynara (à esq.), Dona Onete, Gaby Amarantos e Joelma em show no Amazônia Live
Divulgação/Diego Padilha
E, para dar continuidade a esse movimento com “Amor perene”, ela se decidiu por uma estratégia bem singular: a de fazer um disco que fluísse assim como os rios da Amazônia.
— Eu estava com essa coisa na cabeça há um tempinho já, por eu ser de um lugar que é em beira de rio. Queria muito trazer essa essa minha vivência, e aí eu fui levando o álbum por esse caminho — conta. — Fiz muito essa correlação entre rio e relacionamentos, sejam eles amorosos ou não. Todos eles têm segmentos de cheias e de secas, mas sempre me preocupei com que o nosso cuidado e o nosso amor para com a gente mesmo fosse perene. A música “Eu não gosto de errar”, por exemplo, é muito sobre a administração de sentimentos. Ela fala sobre se perceber quando errou, como errou e o que se vai fazer dali para frente.
Essa pororoca de sentimentos de Zaynara no disco resultou ainda na sofrência arrocha de “Cinco estrelas” (na qual ela desabafa para o motorista do uber: “tem corrida que não vale a gasolina!”), na apaixonada faixa-título (“tu é nascente que deságua em mim”) e no seu picante funk paranese “Perfume de bôta” (“é DDD 91 / fazendo magiquinha com o bumbum”).
— Nesse disco eu explorei mais ritmos, e estou me mostrando um pouco mais como compositora, com certeza é um passo adiante no meu trabalho — aposta.
Zaynara se esmerou na composição com parceiros como o DJ Bispo Junior (seu colaborador desde o início da carreira, com quem havia feito seu primeiro álbum), a cantora e compositora Julia Joia e o produtor Márcio Arantes (um dos que trabalharam com a carioca Anitta no álbum “Funk Generation”, e que assumiu a produção de “Amor perene”):
— O Márcio foi extremamente respeitoso, entrou de cabeça comigo nos ritmos, ouviu as minhas referências, me ouviu e acho que, com isso, ele fez todo o trabalho ficar mais leve. Consegui experimentar muitos vocais, acho que estou mais madura agora nesse sentido.
E Zaynara ainda promoveu camps de composição para o disco em Recife e em São Paulo:
— Olha que chique, né? Fui sem compromisso, sem me cobrar muito, e adorei a experiência. Sempre gostei de escrever, mas guardava muito para mim as minhas composições. Achei muito interessante poder mostrar as minhas músicas e ter a visão de outras pessoas, outras óticas sobre um mesmo assunto.
A cantora diz ter incluído em “Amor perene” “toda a música que se escuta no Pará, mas que o Brasil já ouviu em algum momento”. Entre os feats do disco, estão craques do brega, como Rafaela Santos (de Pernambuco, em “Aceita meu tchau”) e Tierry (da Bahia, em “Cinco estrelas”). Isso, além da estrela Marina Sena, em “Eu não ligo”.
— Então, o disco tem bachata (estilo da República Dominicana que influenciou muito o pop sertanejo), tem arrocha, tem beat melody... quis trazer tudo que a gente escuta aqui, mas com essa cara mais mais Zaynara — explica. — Consegui trazer até elementos do siriá, que é um ritmo da minha cidade (Cametá). Em “Perfume da bôta” e “Amazônia menu”, os metais de condução são todos de siriá, do mestre Copijó, lá da minha cidade. Queria muito que isso estivesse presente no disco.
Capa do álbum "Amor perene", da cantora Zaynara
Reprodução
Por via das dúvidas, como de costume Zaynara levou para o estúdio o pai, Nildo, que é baterista.
— Ele sempre foi comigo. Às vezes o produtor pedia uma coisa e eu não entendia, então meu pai entendia o que a pes

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