
Brasil vence a fome
Abrir a geladeira e encontrar restos azedos da comida de anteontem, ainda agradecendo à sorte; olhar para o fogão e constatar a lacuna de nutrientes, com agravante de, mesmo se tivesse algo a cozinhar, não conseguir por falta de gás.Esta dura realidade deixa de ser rotina para 2 milhões e 200 mil lares brasileiros, conforme dados do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea), coincidindo com nova ação do presidente Lula contra a fome.A redução da “insegurança alimentar” foi constatada no resultado da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PnadC), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, cumprindo o Brasil mais uma meta prioritária.Aumenta o sabor da vitória o fato de o chefe de estado ter começado sua gestão com cenário onde a população fazia fila para comprar ossos, enquanto o hoje condenado antecessor dizia não notar ninguém se queixando de fome, atribuindo o fato a “delírio”.Lula fala de fome com propriedade, não de ouvir dizer, mas por conhecer seus efeitos, sentindo no estômago o vácuo, na infância em Garanhuns, Pernambuco: desde a campanha diz não sossegar enquanto restar um cidadão esfaimado.Ao discursar durante a 2ª Reunião do Conselho de Campeões da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, muito além da dolorosa experiência pessoal com o tema, falou com o moral obtido pelo seu governo, ao retirar o país do Mapa da Fome.Esta autoridade conferida pelos vieses do uno e do múltiplo, acrescentada à narrativa espontânea e sincera, levou o presidente a cobrar das nações ricas e dos bancos o apoio necessário para deletar esta vergonha mundial.O empenho de recursos financeiros, dentro de lógica da justiça reparadora e proporcional, é o método possível de redução de desigualdade social, de acordo com proposição defendida por Lula no simpósio. Quem dispõe de cacife deve criar condições de alimentar grande parte dos 673 milhões de famélicos no mundo, seguindo o ditoso exemplo do Brasil.
Fonte original: abrir