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Novo livro denuncia 'patrulha ideológica' e cultura woke no Brasil

13/10/2025 22:39 A Tarde - Política

Nesta terça-feira, 14, o professor, autor e pesquisador da Universidade Federal da Bahia (UFBA), Wilson Gomes, lança seu mais novo livro, A Tirania da Virtude. O evento será realizado das 17h às 19h, durante o II Congresso de História Social da Bahia, no Centro de Cultura Vereador Manuel Querino, no Pelourinho. A atividade reunirá pesquisadores, estudantes e interessados em debates sobre política, democracia e sociedade.Publicado pela Editora Sagga, o livro apresenta uma crítica à cultura identitária e à chamada militância “woke”, propondo uma reflexão sobre os limites entre justiça e dogmatismo. Gomes se define como um progressista e explica que, justamente por isso, decidiu questionar esse tipo de militância. “Considero a ideia de que todas as pessoas são fundamentalmente iguais em dignidade e direitos, uma base espetacular para o contrato social. Aprecio a ideia de pluralismo e tolerância, assim como o princípio de que uma troca leal de argumentos é a melhor forma de gerenciar os conflitos de interesses que legitimamente colidem na sociedade”, afirma.Para o professor da Faculdade de Comunicação da Ufba, uma democracia consequente não pode conceder a grupos vítimas de injustiça, discriminação e preconceito a prerrogativa de serem, por sua vez, injustos ou operadores de novas formas de discriminação.“Minha inquietação central é com agendas justas: combate ao racismo, ao sexismo e à discriminação. Que não precisam do dogmatismo nem do ‘ódio do bem’ promovido pelos identitários progressistas”, explica.Segundo ele, quando a militância transforma divergência legítima em heresia e identidade em autorização para punir, “o pluralismo definha”.E complementa: “Democracia consequente não terceiriza justiça a tribunais morais, nem concede excludentes de ilicitude a nenhum lado. A crítica é feita de dentro: não é regressão conservadora; é defesa de princípios liberais igualitários que valem para todos, inclusive quando ‘os nossos’ erram”.



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Construção da obraO título A Tirania da Virtude nasceu do desconforto do autor ao perceber a exibição pública de virtudes se tornar ferramenta de coerção simbólica. “Eu queria nomear esse deslocamento: quando ‘estar do lado do bem’ passa a autorizar patrulha ideológica e de conteúdo, rituais de humilhação pública, censura, banimento e punição sumária a pessoas acusadas de cometerem deslizes morais, a virtude deixa de ser ‘virtuosa’ e se transforma em vício, em pura maldade”, afirma.Gomes observa que esse comportamento é mais visível nos linchamentos digitais. “A tirania, então, não é da virtude em si, mas do uso moralizador que converte convicções em álibi e justificativa para o controle e o silêncio alheios e para as expedições punitivas que nos acostumamos a ver”, diz.O autor explica que os capítulos sobre a “nova era da intolerância” e sobre o “mercado de virtudes” dão um enquadramento empírico ao que chama de radicalização moral nas redes. “Mostro o que os radica

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