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Vida plena e sem tabus

26/10/2025 08:01 O Globo - Rio/Política RJ

De assunto proibido, a menopausa vem ganhando espaço em relatos de celebridades, em conversas de amigas e até em espetáculos de teatro. No dia 17 deste mês, véspera do Dia Mundial da Menopausa, uma edição do Elas por Ela realizada em parceria com a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) reuniu a presidente eleita da SBEM (2027/28), Karen de Marca, a psiquiatra Carmita Abdo e a mastologista Maria Julia Calas para o bate-papo “Menopausa sem Tabu”. Mediado pela editora-chefe da ELA, Marina Caruso, o encontro teve como cenário o Fairmont Rio, em Copacabana.
Com o aumento da expectativa de vida feminina para 80 anos, discutir essa fase se tornou ainda mais necessário. “Vamos passar pelo menos 30% de nossa vida na menopausa, então é preciso que a mulher entenda que há diversas estratégias para que ela se sinta bem consigo mesma e seja feliz”, defendeu a médica Karen de Marca.
Sentir-se bem na própria pele é um dos desafios. O corpo sofre com as famosas ondas de calor (fogachos), mas também com insônia, falta de concentração, névoa mental, mau humor, além de olhos e boca secos — sintomas muitas vezes não associados à menopausa.
“Há uma geração de mulheres que chegou à menopausa se sentindo pegas de surpresa porque ninguém nos ensinou como seria. Na geração de nossas mães ninguém tocava no assunto, por isso sentimos a necessidade de falar”, observou a jornalista Marina Caruso.
Conhecer o próprio corpo facilita uma transição bem mais suave para a menopausa
Por ter sido tratada como tabu, a menopausa ainda é cercada de mitos. O primeiro é de que o desejo sexual acaba com o fim da menstruação. “De fato a mulher apresenta uma queda mais acentuada na produção de hormônios, mas às vezes ela só está em uma relação sem graça”, explicou a psiquiatra Carmita Abdo.
A reposição hormonal também é vista com desconfiança. “Eu brinco que lá em 1800 houve um estudo que criticou a terapia hormonal. Hoje, procurar assistência é fundamental, pois o não tratamento pode ter um impacto negativo na qualidade de vida”, ressaltou Maria Julia Calas, que explicou que mesmo mulheres para quem a reposição hormonal é contraindicada (como pacientes com câncer de mama) dispõem de opções de tratamento: “Medicações hormonais via vaginal, mesmo com estrogênio, estão liberadas. Por serem absorvidas localmente, não representam nenhum perigo”.
A fórmula para atravessar a menopausa não está em nenhum chip da beleza. Segundo as médicas, conhecer o próprio corpo, manter uma dieta saudável, sono em dia e praticar atividades físicas já garantem uma transição bem mais suave. “O ideal é começar a discutir a transição para a menopausa com seu médico a partir dos 40 anos para que o tratamento seja iniciado no momento certo”, orienta Karen de Marca.

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