Macabro, letal e mais de 100 espécies tóxicas: conheça o jardim venenoso mais perigoso do mundo na Inglaterra
O Jardim Venenoso de Alnwick autointitula‑se como o maior e mais perigoso do seu tipo no mundo, com cerca de 100 espécies tóxicas, narcóticas e intoxicantes mantidas atrás de grades e apenas abertas em visitas guiadas. A criação do espaço foi idealizada por Jane Percy, duquesa de Northumberland, e transformou uma ala dos terrenos do castelo numa atração que alia curiosidade e prevenção, no norte da Inglaterra.
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A segurança é central à experiência: avisos claros proíbem tocar, cheirar ou provar as plantas; espécies como a mandrágora, o rícino e a sálvia divinorum ficam enjauladas ou trancadas, e o manejo de exemplares como a gympie‑gympie exige equipamentos de proteção especializados. O jardineiro‑chefe e os guardiões do local relatam que até pequenos fragmentos de raiz ou espinhos podem representar risco sério, o que justifica a rotina rígida de contenção.
De acordo a página oficial do Alnwick Garden, o jardim cumpre também papel científico: uma equipe de químicos forenses conduziu um estudo de 12 meses no local para quantificar toxinas em 25 espécies — trabalho que gerou um método de LC‑MS para medir 15 toxinas e avaliou os riscos de ingestão acidental em crianças pequenas, identificando Atropa belladonna e Colchicum autumnale entre as mais perigosas. Esse tipo de pesquisa reforça a mensagem pública do local: plantas comuns podem ser letais.
Visão aérea do jardim
Divulgação
Além da ciência e da educação, o jardim alimenta narrativas culturais: plantas listadas em crimes históricos e emanações literárias formam um repertório que atrai romancistas, investigadores e curiosos — mas também acendeu a atenção de autoridades que monitoram toxinas de potencial uso criminoso. A combinação de apelo macabro e importância preventiva explica relatos de visitantes que passaram mal movidos tanto pelo fascínio quanto pela carga emocional das histórias ali contadas.
O paradoxo do lugar é explícito: um espaço feito para conter e explicar o perigo torna‑se, ao mesmo tempo, palco de atração turística. Para a equipe que cultiva e protege as espécies, o trabalho exige disciplina científica e cautela quase militar — a cada nova adição, como a polêmica gympie‑gympie, revisam‑se protocolos e embalagens de segurança. O resultado é um jardim que educa sobre morte e veneno sem banalizá‑los.
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