Indústria brasileira celebra retomada do diálogo com os EUA e pede solução para tarifaço
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgou nota na qual avalia como positivo o encontro realizado neste domingo, na Malásia, entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump. Para a entidade, que se uniu a empresários americanos para tentar derrubar o tarifaço promovido pela Casa Branca contra produtos brasileiros, o diálogo entre os dois líderes representou um avanço concreto nas tratativas bilaterais e reforçou o compromisso de ambos os governos com a construção de soluções equilibradas para o comércio entre Brasil e Estados Unidos.
— O anúncio do início das negociações sobre o tarifaço, com disposição real das duas partes para alcançar um acordo, é um passo relevante. Acreditamos que teremos uma solução que vai devolver previsibilidade e competitividade às exportações brasileiras, fortalecendo a indústria e o emprego no país — disse o presidente da CNI, Ricardo Alban.
Ele afirmou que o setor empresarial brasileiro continuará à disposição para contribuir tecnicamente na retomada da relação comercial entre os dois países sem tarifas abusivas. Ressaltou que a CNI tem atuado de forma técnica e propositiva desde o início das negociações, defendendo o caminho do diálogo e apresentando propostas concretas em áreas de interesse comum, como energia renovável, biocombustíveis, minerais críticos e tecnologia.
— É natural que os Estados Unidos busquem proteger suas cadeias produtivas. O que defendemos é um processo racional, transparente e baseado em dados, que permita avançar de forma construtiva — destacou.
Alban lembrou que, em setembro, durante a missão empresarial liderada pela CNI a Washington, foram abertas frentes de diálogo e cooperação em setores de alto potencial, como data centers, combustível sustentável de aviação (SAF) e minerais críticos — temas que permanecem no centro da agenda bilateral. Na ocasião, líderes industriais se reuniram com autoridades e empresários norte-americanos para discutir os impactos das tarifas sobre exportações brasileiras e abrir caminhos para novas negociações.
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