
PSOL pressiona para que Boulos dispute Senado em 2026
Apesar de a expectativa no governo Lula seja de que o deputado Guilherme Boulos (PSOL-SP) fique à frente da Secretaria-Geral da Presidência até o final do mandato, seu partido pressiona para que ele dispute a eleição do ano que vem. Nesse cenário, ele teria que deixar o cargo, para o qual foi confirmado anteontem, em abril — prazo exigido pela legislação.
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— É totalmente normal que a gente pense no nome do Boulos como um forte candidato para concorrer ao Senado no ano que vem. Eu acho que ele já apareceu muito bem posicionado nas pesquisas e, com um cenário tão indefinido, eu acho que é muito cedo para a gente cravar esse tipo de decisão —afirma a presidente nacional do PSOL, Paula Coradi.
Boulos foi recordista de votos em São Paulo em 2022, com 1.001.453. Se ele não concorrer, o PSOL de São Paulo perde o maior puxador de votos que o partido já teve.
Os nomes cotados para substitui-lo são a deputada federal Erika Hilton, uma aposta no “voto de opinião”, e Natália Szermeta Boulos, mulher do novo ministro de Lula, o que manteria o sobrenome popular nas urnas. A decisão sobre a candidatura de Natália passará por uma deliberação do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), do qual o casal Boulos faz parte.
Outros nomes, como de Ivan Valente, Luiz Erundina, Sonia Guajajara (ministra dos Povos Originários) e Lucilene Cavalcante, todos eleitos em 2022, além de Juliano Medeiros (ex-presidente da legenda), são apostas psolistas para a bancada paulista permanecer pelo menos com o número atual de cinco deputados.
Lideranças do PT afirmam que o novo ministro concordou com o pedido do presidente Lula para permanecer até o fim do governo, apostando na reeleição e na sua recondução ao cargo para mais quatro anos.
Petistas afirmam ainda que Boulos não teria gostado da rotina no Congresso, o que seria mais uma razão para permanecer no ministério e abrir mão de disputar para o Senado, como quer o PSOL.
Em 2018, Boulos foi o candidato do PSOL ao Palácio do Planalto. Dois anos depois, concorreu a prefeito de São Paulo, quando passou para o segundo turno, mas acabou derrotado por Bruno Covas (PSDB). No ano passado, o candidato do PSOL chegou novamente ao segundo turno, mas perdeu para o prefeito Ricardo Nunes (MDB).
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