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O que está por trás do ‘encolhimento’ da maior ilha do mundo?

22/10/2025 07:02 O Globo - Rio/Política RJ

A maior ilha do planeta não é apenas um gigante branco — ela também está em movimento. Pesquisadores do DTU Space, na Dinamarca, descobriram que a Groenlândia vem sofrendo mudanças graduais em sua forma e posição devido ao derretimento acelerado das suas camadas de gelo, que cobrem cerca de 1,7 milhão de km² de seus 2,1 milhões de km² totais, segundo dados da Nasa.
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O estudo, publicado em agosto no Journal of Geophysical Research, mostra que a ilha se desloca cerca de dois centímetros para noroeste a cada ano. “A região está sendo torcida, comprimida e esticada”, afirmou a equipe do DTU Space, explicando que a redução de pressão no subsolo, provocada pelo degelo, interage com a tectônica de placas e os movimentos no leito rochoso. Atualmente, cerca de 56 mil pessoas vivem na Groenlândia.
Movimentos que reescrevem o mapa
O gelo derretido empurrou partes da ilha, provocando elevação e expansão em algumas áreas, enquanto outras se contraem, reflexo de mudanças que começaram desde a última Era Glacial, há cerca de 20 mil anos. “Isso significa que a Groenlândia está se tornando um pouco menor, mas o cenário pode mudar à medida que o derretimento se acelera”, disse Danjal Longfors Berg, autor principal do estudo.
Para compreender a dinâmica, os cientistas analisaram dados que cobrem os últimos 26 mil anos, combinando-os com medições precisas dos últimos 20 anos obtidas a partir de 58 estações GNSS espalhadas pela ilha. Esses sistemas medem desde a posição geral da Groenlândia até as alterações de elevação e os efeitos de estiramento ou contração das áreas rochosas.
Segundo Berg, até então não havia registros tão detalhados sobre os movimentos da ilha. “A suposição era de que a Groenlândia estava se esticando apenas pelo degelo recente. No entanto, encontramos regiões que estão se reunindo ou encolhendo, evidenciando a complexidade do processo”, explicou.
O estudo reforça a importância de compreender essas mudanças não apenas para a geociência, mas também para atividades práticas, como levantamento topográfico e navegação, já que pontos de referência considerados fixos na ilha estão se deslocando. A Groenlândia e a Antártida juntas armazenam cerca de dois terços da água doce do planeta, e o derretimento dessas camadas contribui diretamente para a elevação do nível do mar, alerta a Nasa.

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