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PSDB filia Ciro nesta quarta e aposta em caciques após perder governadores

22/10/2025 06:31 O Globo - Rio/Política RJ

Depois de perder os três governadores que elegeu em 2022, vistos até então como esperança de “renovação” do partido, o PSDB vem apostando em resgatar antigos caciques para tentar montar chapas aos governos estaduais e ao Senado em 2026. Além da filiação do ex-ministro Ciro Gomes, que pode concorrer ao governo do Ceará, lideranças tucanas vêm estimulando candidaturas dos ex-governadores Marconi Perillo (GO), Beto Richa (PR) e Aécio Neves (MG) nos respectivos estados. Há ainda conversas para filiar o ex-prefeito do Rio, Cesar Maia, para lançá-lo a senador no ano que vem.
Marconi Perillo, Beto Richa e Aécio Neves: todos já disputaram cargos majoritários pelo partido e têm 60 anos ou mais
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Todos eles já disputaram cargos majoritários pelo partido e têm 60 anos ou mais. O perfil contrasta com o trio de tucanos eleitos em 2022: Eduardo Leite (RS) e Raquel Lyra (PE) estavam mais próximos do patamar dos 40 anos, e Eduardo Riedel (MS) tinha 53. Além da menor faixa etária, os três governadores têm menos de duas décadas de carreira política, enquanto os caciques da velha guarda disputam eleições desde o início dos anos 1990.
Leite e Raquel migraram para o PSD neste ano, e Riedel optou pelo PP. Com isso, o PSDB ficou pela primeira vez sem nenhum governador desde 1990, ano em que Ciro se elegeu no Ceará.
O retorno de Ciro ao partido será oficializado nesta quarta-feira, em evento em um hotel de Fortaleza. Em entrevistas recentes, ele deixou em aberto a possibilidade de uma candidatura presidencial em 2026. Lideranças do partido, no entanto, pretendem convencê-lo a concorrer ao governo estadual. A ideia é lançá-lo para aglutinar a oposição ao atual governador Elmano de Freitas (PT), cuja gestão tem sido criticada por Ciro em áreas como segurança pública e educação.
Por ora, o único tucano que já confirmou uma candidatura a governador é o atual presidente do PSDB, Marconi Perillo. Em setembro, ele anunciou que disputará no ano que vem o governo de Goiás, cargo que ocupou pela primeira vez entre 1999 e 2006. À época, Marconi foi um dos governadores mais jovens do país, com 35 anos; o recordista no período pós-redemocratização é o próprio Ciro, que tinha 31 anos quando se elegeu no Ceará em 1990.
Marconi ainda retornou ao governo de Goiás entre 2011 e 2018, ano em que foi alvo da Operação Lava-Jato e não conseguiu se eleger ao Senado. A investigação foi arquivada no ano passado pela Justiça Eleitoral.
Outro tucano que ensaia uma retomada política é o hoje deputado federal Beto Richa, que foi governador do Paraná entre 2011 e 2018. Naquele ano, assim como Marconi, ele chegou a ser preso pela Lava-Jato e perdeu a disputa ao Senado. Os casos foram posteriormente anulados pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Richa avalia se candidatar ao governo, e pode enfrentar nas urnas justamente o ex-juiz e senador Sergio Moro (União), antigo responsável pelos casos da Lava-Jato no Paraná.
— Por parte da direção nacional do PSDB há um estímulo, sim, para que a gente encare uma eleição majoritária. Vontade eu tenho, mas eleição para governador depende de um leque de alianças político-partidárias que viabilizem uma candidatura — afirmou Richa.
Na passagem pelo governo, Richa teve no seu secretariado o atual governador Ratinho Jr. (PSD), que ainda não bateu o martelo sobre qual candidato apoiará à sucessão estadual.
A direção tucana também cogita lançar o deputado Aécio Neves ao governo de Minas, mas um entrave é que ele assumirá a presidência nacional do PSDB em dezembro, para que Marconi se dedique à própria candidatura em Goiás. Aécio esteve à frente do estado entre 2003 e 2010, e recuperou prestígio no partido após arquivar, nos últimos anos, investigações da Lava-Jato das quais havia sido alvo.
Integrantes da cúpula do PSDB avaliam que o partido precisa ter candidaturas pontuais a governo e Senado, para não perder de vista a necessidade de ampliar a bancada de deputados federais. O objetivo é bater a cláusula de barreira, que determina o acesso ao fundo partidário e ao tempo de propaganda em rádio e TV. No ano que vem, a regra exigirá um piso de 13 deputados eleitos em no mínimo nove estados; em 2022, os tucanos elegeram 13 em sete estados.
O ex-prefeito de Santo André Paulo Serra, cotado para disputar o governo de São Paulo, diz que o PSDB “nasceu com o DNA de eleger nomes ao Executivo”, mas pondera que a “sobrevivência do partido” está ligada a eleger nomes ao Legislativo.
— O que o partido tem avaliado muito é viabilidade eleitoral. Podemos ter candidatura majoritária onde percebermos que isso agrega à chapa de deputados e que possa dar vida ao partido. Em outros casos, podemos fazer composições — afirmou Serra.
Uma articulação na mira dos tucanos é com o prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD), que deve concorrer

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