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Netanyahu afirma que Israel decidirá quais forças internacionais poderão atuar em Gaza para garantir cessar-fogo com o Hamas

26/10/2025 15:50 O Globo - Rio/Política RJ

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou neste domingo que caberá a seu governo decidir quais forças estrangeiras poderão atuar na Faixa de Gaza para garantir a estabilidade do cessar-fogo com o Hamas. A declaração ocorre em meio a discussões diplomáticas sobre a composição de uma força internacional que poderia incluir países como Egito, Indonésia e nações do Golfo, segundo a agência Reuters.
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— Estamos no controle da nossa segurança e deixamos claro, em relação às forças internacionais, que Israel determinará quais são inaceitáveis para nós. É assim que operamos e continuaremos a operar — disse Netanyahu durante uma reunião de gabinete. — [Tem que ser] aceitável também para os Estados Unidos.
O premier acrescentou que Israel é um país independente e rejeitou a ideia de que sua política de segurança seja definida em Washington.
— Israel e os EUA são uma parceria — afirmou.
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Na semana passada, Netanyahu já havia sinalizado que se oporia a qualquer papel de forças turcas em Gaza. As relações entre Turquia e Israel, outrora consideradas estratégicas, se deterioraram ainda mais desde o início da guerra, com o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, intensificando suas críticas à ofensiva israelense no enclave.
Na última sexta-feira, durante visita a Israel, o secretário de Estado americano, Marco Rubio, reforçou que a futura força internacional “deve ser composta por países com os quais Israel se sinta confortável”. Rubio afirmou ainda que a governança de Gaza após o cessar-fogo está em discussão com aliados, mas não poderá incluir o Hamas.
Autoridades americanas também informaram à Reuters que Washington avalia uma possível resolução da ONU para autorizar formalmente a criação da força internacional, tema que seria debatido no Catar ainda neste domingo.
O governo Trump pretende que países árabes contribuam com financiamento e tropas para sustentar a presença internacional em Gaza. Um dos principais entraves, porém, é a recusa do Hamas em se desarmar: desde que o cessar-fogo entrou em vigor, há duas semanas, o grupo iniciou uma repressão violenta contra facções rivais que desafiaram seu controle do território.
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Na última quarta-feira, o vice-presidente dos EUA, JD Vance, afirmou que há desafios significativos tanto para o processo de desarmar o Hamas quanto para a reconstrução de Gaza, durante um encontro oficial com Netanyahu, em meio aos esforços de Washington para fazer o acordo sobre o enclave palestino prosperar após as violações dos últimos dias.
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No sábado, inclusive, o Exército israelense declarou que realizou um ataque aéreo contra um suposto membro da Jihad Islâmica no centro da Faixa de Gaza, apesar do cessar-fogo, afirmando que continuará suas operações no enclave "para eliminar qualquer ameaça imediata" contra suas tropas. O ataque atingiu um veículo civil, ferindo quatro pessoas, segundo o hospital Al Awda.
— Temos uma tarefa muito, muito difícil pela frente, que é desarmar o Hamas e reconstruir Gaza, melhorar a vida do povo de Gaza, mas também garantir que o Hamas não represente mais uma ameaça aos nossos amigos em Israel — disse Vance durante uma coletiva de imprensa conjunta com Netanyahu, em Jerusalém.
Vance esteve em Israel para reforçar o apoio ao cessar-fogo e aos planos de reconstrução pós-guerra negociados pelo presidente dos EUA, Donald Trump. Durante uma coletiva na terça-feira, em Kiryat Gat — cidade no sul de Israel, onde uma missão liderada pelos EUA monitora o cessar-fogo em Gaza —, Vance demonstrou "grande otimismo" de que a trégua será mantida, mas afirmou que Washington não estabelecerá um prazo para o desarmamento do Hamas, apesar das preocupações em Israel de que o grupo esteja aproveitando a pausa nos combates para se reorganizar em Gaza.

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