Megaoperação que resultou em 121 mortos foi aprovada em 50,1% dos posts feitos nas redes sociais; percentual é maior no Rio

A megaoperação contra o Comando Vermelho no Rio de Janeiro, que resultou na morte de ao menos 121 pessoas, foi descrita positivamente em 50,1% dos posts feitos sobre o assunto nos estados do RJ, SP, MG, DF e BA. Os dados são de um levantamento feito pela consultoria Ativaweb a partir das plataformas da Meta (Facebook e Instagram), do TikTok e do YouTube. Outros 39,2% dos posts tiveram viés negativo, com críticas à condução da operação e à escalada da violência no estado, e 10,7% foram neutros.
Percepção nas redes sobre megaoperação
No recorte de postagens feitas somente no Rio de Janeiro, no entanto, o percentual de apoio à ação policial subiu, chegando a 59,6%, enquanto a desaprovação decaiu para 27%. Os 13,4% restantes foram neutros. O levantamento também mostrou que, até as 9h da manhã desta quarta-feira, o tema havia provocado 5,3 milhões de menções online, o maior volume digital do ano contabilizado em temas de segurança pública.
Percepção nas redes sobre megaoperação - Rio de Janeiro
Já dados de uma pesquisa produzida pela consultoria Bites também mostraram que o caso provocou uma nova disputa de narrativas online, vencida pela direita. Ao todo, das 100 mensagens com mais interações no Twitter, Facebook e Instagram, 40 foram da direita, 32 da esquerda ou críticos da direita e 28 neutras. Juntas, elas geraram 50,1 milhões de interações.
Os políticos mais citados nos posts sobre a operação foram o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o governador do Rio, Cláudio Castro (PL). O petista foi associado em 463 mil posts, com 5,42 milhões de interações, com discurso “totalmente crítico ao governo”. Já nas menções a Castro, há críticas em 973 mil menções, com 10,4 milhões de interações, puxadas pela esquerda.
O PL, por sua vez, dominou a repercussão em perfis de figuras políticas, com 476 posts de 66 deputados, gerando 6,6 milhões de interações. Entre os que se manifestaram, o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) e os senadores Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e Cleitinho Azevedo (Republicanos-MG) foram destaque na defesa da polícia e em críticas ao governo Lula.
Como mostrou o GLOBO, a megaoperação ajudou a reorganização do discurso de representantes da oposição, após sinais de desalinhamento nas últimas semanas. A resposta coesa dada ao caso, tanto em tom crítico ao governo quanto em apoio a Castro, contrasta com o silêncio dessas lideranças após o encontro entre Lula e o presidente americano, Donald Trump. Aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) também haviam ficado na defensiva após a repercussão negativa da PEC da Blindagem, que foi apoiada pela bancada bolsonarista na Câmara, mas depois enterrada pelo Senado diante de manifestações populares.

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