 
        Bastidores: Flamengo usou previsão de guerra na Argentina e 'facilidade' do Palmeiras como combustível para ir à final
"Fica tranquilo, a noite vai ser longa, mas vamos passar". A frase do experiente Danilo ecoou no vestiário do Flamengo antes de o time ir a campo contra o Racing, na Argentina, mas o principal combustível que incomodou o elenco e fez a preocupação com a cabeça fria aumentar foi outro. 
A única questão externa que entrou na preparação da equipe foi a opinião pública no Brasil afirmar que o Flamengo tinha menos chance que o Palmeiras de se classificar, pois enfrentaria um cenário de guerra - o time paulista tenta nesta quinta-feira reverter um placar de 3 a 0 em casa contra a LDU. 
O discurso reducionista atribuído inclusive a ex-jogadores foi visto como pouco lógico não só em função da vantagem de 1 a 0, mas ignorando a qualidade técnica do time rubro-negro para manter a vantagem, o que incomodou o vestiário.  
Alheio às declarações e ações do Racing no El Cilindro, com fogos, torcedores no treino de véspera no estádio, e promessa do técnico Gustavo Costas de que iria para a final, os jogadores do Flamengo e o técnico Filipe Luis se concentraram em fazer o que estava programado para o campo.  
No fim da partida, a declaração do treinador ilustrou bem a separação entre a partida e o ambiente externo que muitas vezes se confunde em um jogo de Libertadores entre brasileiros e argentinos.
- Cada um pode ter sua opinião. Todo mundo é livre pra opinar. Escutamos muitas coisas durante a semana.  Acredito demais nos meus jogadores, sei o quanto eles querem ser campeões. Já falei que não ganharemos sempre, mas ele são ambiciosos. Muitas vezes o que as pessoas falam pode servir de motivação. Procuro fazer o time pensar de forma racional. Separar a emoção em um jogo desse. O futebol não é uma guerra. Falaram que seria uma guerra aqui. Futebol é um esporte maravilhoso, que gera muitas emoções, e dentro do campo passa o melhor. Cada um tem armas para tentar vencer o jogo, mas é na bola. A minha mensagem pros jogadores foi essa. Pra chegar na final tem que merecer, ser melhor que eles, mostramos que somos um time capaz de se adaptar a qualquer situação, e merecidamente estamos na final - declarou Filipe Luis. 
Assim como o treinador, a diretoria e os atletas não entraram na pilha dos argentinos. O time treinou já no país vizinho sem intercorrências e manteve-se concentrado no que precisava fazer em campo. O prenúncio de um cenário hostil no estádio El Cilindro também foi ignorado. Antes e até depois do jogo.  Também houve preocupação de não passar recibo e mandar recado em relação às previsões.
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