 
        Ricardo Galvão deixa presidência do CNPq para assumir vaga de Boulos na Câmara
O físico Ricardo Galvão (Rede-SP) anunciou na quarta-feira que deixou a presidência do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) para assumir a vaga deixada por Guilherme Boulos (PSOL-SP) na Câmara dos Deputados. Nas redes sociais, o agora parlamentar celebrou a nova posição e afirmou que “a ciência é o caminho, a democracia é o alicerce e a sustentabilidade é o destino”. 
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“Hoje, a ciência brasileira ocupa um lugar na Câmara dos Deputados”, escreveu Galvão. 
Boulos, por sua vez, deixou a Câmara para assumir o posto de ministro da Secretaria-Geral da Presidência. A pasta é responsável pela articulação do Planalto com movimentos sociais.  
Galvão também é ex-diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). O cientista ganhou projeção nacional em 2019, quando enfrentou Jair Bolsonaro ao defender os dados do Inpe sobre o avanço do desmatamento na Amazônia, episódio que levou à sua saída do cargo.
Naquele ano, Bolsonaro havia acusado o Inpe de divulgar “números mentirosos” sobre o desmatamento. Galvão reagiu em público, afirmando que os dados eram técnicos, auditáveis e produzidos por servidores de carreira.
Natural de Itajubá, no Sul de Minas, Galvão formou-se em Engenharia de Telecomunicações pela Universidade Federal Fluminense, fez mestrado na Unicamp e doutorado em Física de Plasmas pelo Massachusetts Institute of Technology (MIT), nos Estados Unidos. Construiu carreira no Instituto de Física da USP, onde se tornou professor titular e coordenou projetos de pesquisa em fusão nuclear. Também dirigiu o Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas, presidiu a Sociedade Brasileira de Física e integra a Academia Brasileira de Ciências.
Em 2023, foi nomeado por Lula para presidir o CNPq, com a missão de recuperar o orçamento da pesquisa após anos de estagnação e cortes. À frente da instituição, defendeu a recomposição das bolsas, a ampliação da participação feminina na ciência e a valorização das universidades como polos de inovação. 
Agora, aos 77 anos, assume seu primeiro cargo eletivo. Galvão se candidatou a uma vaga na Câmara dos Deputados nas eleições de 2022. Ele recebeu 40.365 votos e não conseguiu se eleger.
Galvão chega ao Legislativo com discurso técnico. A atuação dele deve se concentrar em pautas de ciência, educação, meio ambiente e inovação. A expectativa no PSOL é que ele reforce o diálogo do partido com setores acadêmicos e com a comunidade científica, enquanto Boulos consolida o vínculo com o Planalto e o entorno do presidente Lula.
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