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'Os corpos já estão fedendo no IML', diz deputada sobre estado de mortos em megaoperação no Rio

30/10/2025 22:37 O Globo - Rio/Política RJ

No inicio da noite desta quinta-feira (30), parlamentares e representantes do Governo Federal se reuniram na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), para discutir os desdobramentos da megaoperação nos complexos da Penha e do Alemão, na Zona Norte do Rio, na terça-feira (28), a assistência às famílias dos mortos na ação e a liberação dos corpos no Instituto Médico Legal (IML) Afrânio Peixoto, no Centro. O encontro foi convocado pela Comissão de Direitos Humanos da Casa legislativa fluminense.
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— A liberação dos corpos é morosa. Os corpos já estão fedendo. Não há geladeiras suficientes — disse a presidente da Comissão de Direitos Humanos da Alerj, Dani Monteiro (Psol). — Nosso papel é não naturalizar a barbárie. Não foi só uma megaoperação, mas uma chacina. Se há tráfico e organizações criminosas, isso é por ausência do Estado.
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O presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados, Reimon (PT), fez críticas ao Governo do Estado:
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— O governador é um assassino. Essa é a pior chacina do Brasil, superando o que aconteceu no Carandiru. Direitos Humanos é para todas as pessoas humanas, independentemente de quem seja. O Brasil não tem pena de morte ou execução sumária. Não temos o direito de dormir tranquilos nas próximas noites.
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Reimont afirmou que estava na manifestação de moradores que protestavam em frente ao Instituto Médico Legal (IML), na Avenida Francisco Bicalho, no Centro, nesta noite, que foi dispersada com uso de spray de pimenta por policiais militares.
— Não tinha motivo para isso. Já tínhamos negociado a abertura de uma pista. Ainda estou engasgado com o spray pimenta — reclamou Reimont.
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Segundo o parlamentar, uma das vítimas encontradas na mata foi degolada e era um menor de 16 anos. Segundo ele, o adolescente, que pintava o cabelo de vermelho, teve a cabeça encontrada em uma árvore.
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A deputada federal Benedita da Silva (PT) também fez críticas à megaoperação:
— Não podemos nos acomodar e naturalizar essa situação de que quem vive em favela é bandido. Vamos ouvir muita coisa. Mas o que importa é que nós estamos vivendo psicologicamente uma barɓárie. Temos que unificar nossas forças. Democracia e soberania não é para matar meus iguais. Polícia foi feita para prender e não matar. Temos que entender que política de segurança é essa.
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