 
        ‘Observar o cenário de guerra civil’ no Rio: essa foi a justificativa apresentada por deputados para visita técnica ao estado
Na página da Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado da Câmara dos Deputados, a pauta da visita técnica de parlamentares ao estado do Rio apresenta como objetivo da viagem a observação do “cenário de guerra civil” no estado. Liderados pelo presidente da comissão, deputado Delegado Paulo Bilynskyj (PL-SP) os 10 deputados federais que foram ao encontro realizado nesta quinta-feira, no Centro Integrado de Comando e Controle (CICC), na Cidade Nova, tiveram a companhia de nove deputados estaduais e quatro vereadores. A reunião contou  com a presença do governador Cláudio Castro, do secretário de Segurança Pública do Rio, Victor Santos, e do secretário de Polícia Civil, Felipe Curi.
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Na entrevista coletiva após a reunião, o grupo, formado majoritariamente por políticos com a orientação ideológica à direita, deixou clara uma postura de amplo apoio à megaoperação policial de terça-feira, nos complexos da Penha e do Alemão, que resultou em 121 pessoas mortas, entre elas quatro policiais. 
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— Essa visita técnica foi realizada a partir de um requerimento aprovado na Comissão. Viemos conhecer de perto os resultados da operação conduzida pelas forças de segurança do estado e entender como se deu toda a ação. Nosso encaminhamento dessa reunião é o seguinte: todos nós expressamos condolências pelas quatro verdadeiras vítimas dessa operação, os dois policiais civis, os dois policiais militares foram mortos. Quanto aos demais, a todo momento lhes foi dada a opção de rendição, de prisão, mas esses criminosos, desafiando o estado, desafiando a polícia, resolveram entrar em conflito e, graças a Deus, somente quatro policiais foram vitimados — resumiu  Bilynskyj. 
Identificação dos corpos 
Mais de 48 horas após a operação, ainda não são conhecidos os nomes dos suspeitos mortos na ação policial. De acordo com o secretário de Polícia Civil, 65 dos 117 já foram identificados. A expectativa é de que o trabalho da perícia técnica seja concluído no fim de semana, 
— Nós temos, além desses 15 que já foram liberados, cerca de 50 que foram identificados. Muitos são de outros estados, cuja identificação leva mais tempo, justamente porque a gente tem que falar com a polícia técnica desses estados correspondentes para obter mais dados e ter a identificação precisa desses corpos. Então, é por isso que está levando com um pouco mais de tempo — disse o secretário Felipe Curi.  — O IML está com uma força-tarefa trabalhando 24 horas para que a gente possa terminar esse trabalho o quanto antes. Essa lista (com o nome dos suspeitos) será divulgada no momento oportuno.   
Sobre vazamento da operação 
Curi negou informações sobre vazamento de informações sobre a operação para integrantes do Comando Vermelho: 
—  Em nenhum momento afirmamos isso (que houve vazamento de informações) aqui. O que explicamos é que, diante da mobilização de 2.500 homens, dezenas de veículos blindados e centenas de viaturas, é natural que haja um estado de alerta não só no Complexo do Alemão e da Penha, mas também em outras grandes comunidades. Essa movimentação gera expectativa de operação, o que é completamente diferente de um vazamento interno. 
O secretário também minimizou o fato de Doca, apontado como principal liderança do Comando Vermelho no estado, não ter sido preso. 
— Em relação aos seus objetivos, a operação é muito mais complexa do que se imagina. O Doca não é a única liderança. Só para dar um número exato, havia 30 mandados de prisão do Pará. Dos 30, cinco foram presos e 15 foram neutralizados, ou seja, restam 10 ainda. Então, alguns objetivos a gente conseguiu, efetivamente. Dentro do contexto do que se esperava, ela (a operação) foi bastante exitosa — disse Curi.
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