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Governo do Rio prepara compra de radar para mapeamento de túneis de fuga de presos em penitenciárias estaduais

14/10/2025 09:30 O Globo - Rio/Política RJ

O Governo do Estado do Rio, por meio da Secretaria de Administração Penitenciária (Seap), planeja a compra de georradares, tecnologia de investigação do subsolo, para presídios do estado. O equipamento permite realizar varreduras do solo a fim de identificar túneis construídos para a fuga de presos. O plano inicial é adquirir três unidades, cada uma ao custo de R$ 888 mil, totalizando R$ 2,6 milhões. De acordo com a Seap, o processo referente à aquisição da tecnologia está na fase preparatória, com previsão de contratação para março de 2026.
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Como funciona o georradar
O georradar, também conhecido como GPR (Ground Penetrating Radar ou Radar de Penetração no Solo), atua emitindo ondas eletromagnéticas em direção ao solo e identifica estruturas subterrâneas, como descontinuidades na região analisada, em curtos intervalos de tempo. Quando detecta túneis, cavidades e alterações no perfil do subsolo, por exemplo, os sinais refletidos de volta ao sensor sofrem interferências abruptas, indicando zonas de sombra na área mapeada.
O equipamento deve vir integrado com um sistema denominado GNSS, que permite marcar pontos suspeitos, registrar rotas de varredura e gerar mapas exportáveis. No caso de detecção de um túnel, possibilita entregar a localização e a profundidade exatas para a interceptação, viabilizando a produção de mapas georreferenciados.
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A Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen) produziu um estudo técnico destacando as possibilidades e a importância da ferramenta para as penitenciárias.
"Em contextos de investigação policial, o georadar possibilita a detecção de túneis clandestinos, bem como a identificação de objetos ou estruturas enterradas. Entre os alvos que podem ser localizados com o uso da tecnologia estão armas, drogas ocultas, compartimentos subterrâneos e restos biológicos potencialmente relevantes para a elucidação de crimes", diz o documento.
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A pesquisa detalha alguns benefícios a serem alcançados com a tecnologia:
"Detecção precoce de escavações e túneis subterrâneos; identificação de anomalias e cavidades com rapidez, reduzindo riscos de fuga em fase inicial; redução de custos operacionais com escavações manuais, intervenções desnecessárias e retrabalhos; e aumento do controle e monitoramento das estruturas prisionais, reforçando a atuação preventiva frente a ameaças subterrâneas".
Como a inspeção é feita hoje
De acordo com o estudo, esses túneis são construídos aproveitando-se a infraestrutura precária dos presídios. Para escavá-los, aponta, os presos utilizam ferramentas improvisadas, como enxadas e pás, e contam com a ajuda de iluminação deficitária. É comum ainda que os túneis se conectem a redes de água e esgoto, permitindo que os presos acessem o sistema de tubulação e escapem por ele.
Em setembro de 2024, um túnel foi descoberto no Presídio Vicente Piragibe, no Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, na Zona Oeste do Rio. O local seria usado para a fuga de detentos do Comando Vermelho e foi interceptado pela Seap antes de o plano ser posto em prática.
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Atualmente, a inspeção das áreas externas e internas das unidades prisionais é realizada de maneira visual ou com escavações pontuais.
A Senappen aponta que esse formato "limita significativamente a capacidade de identificar túneis ocultos ou em fase de construção" e que o uso do georradar reduzirá "a necessidade de escavações, viabilizando mapeamentos rasos e profundos".
Para adquirir os equipamentos, a Seap planeja aderir à Intenção de Registro de Preço (IRP) aberta pela Senappen. A IRP é a ferramenta que permite que Administração Pública compartilhe as suas intenções de realizar licitações, possibilitando a participação de outros órgãos ou entidades que tenham interesse em adquirir o mesmo objeto — neste caso, os georradares.
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