Desmatamento na Amazônia tem queda de 11% no período 2024-2025
O desmatamento na Amazônia anunciado em 2025 teve uma queda de 11% em relação ao ano passado. Segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) divulgados hoje, um total de 5.796 km² de florestas foram removidos no bioma ao longo de 12 meses, em relação a 65.18 km² do periodo anterior.
O anúncio foi feito em entrevista coletiva coordenada pelo Ministério do Meio Ambiente, iniciada pouco antes da publicação desta notícia e ainda em andamento.
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Os números divulgados hoje são os do sistema Prodes, que mede a taxa de desmate por satélite em um período anual. O "ano fiscal" do desmate vai de agosto de um ano a julho do ano seguinte. A boa notícia foi, de certa forma uma surpresa, porque o sistema Deter, que mede o desmate em tempo real, não sinalizava a mesma tendência, apesar de ser mais impreciso.
A queda da taxa de desmate ocorreu em um período difícil para a Amazônia, no qual uma grande área do bioma foi queimada também. A Amazônia Legal sofreu, em 2024, o maior número de incêndios em 17 anos, após a região sofrer de uma prolongada seca que durou vários meses.
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Além da queda nos números da Amazônia, houve redução no desmatamento do Cerrado, que caiu também 11% de um ano para outro.
A queda nos números de devastação, anunciado a dez dias do início da COP 30, a conferência do clima de Belém, é uma boa notícia para o governo Lula. Com críticas direcionadas à liberação da prospecção de petróleo na Margem Equatorial, o Brasil busca dar mais foco à agenda florestal no encontro.
— A queda anunciada hoje é a quarta consecutiva, após oito anos consecutivos de aumento. É também o terceiro menor número da série histórica — afirmou Claudio Almeida, coordenador do Programa BiomasBR do Inpe, responsável pelo Prodes.
Numa perspectiva histórica, os números do desmate estão entre os mais baixos desde 1988, quando começou o monitoramento por satélite. As cifras ainda são altas demais, porém, quando se leva em conta o seu peso nas emissões de CO₂ do Brasil e a promessa do país de zerar a derrubada de floresta até 2030.
Na Amazônia, o Prodes registrou sua marca mais alta em 2004, quando 27,7 mil km² foram desmatados. Entre as baixas históricas, o melhor resultado já alcançado foi de 4,5 mil km² desmatados, em 2012.
O desmate na Amazônia Legal vinha crescendo desde 2015 e chegou a 13 mil km², em 2021. O índice só voltou a cair no último ano do governo de Jair Bolsonaro, em 2022, com a marca de 11.594 km².
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