
Daniel Erthal fala da vida quase dois anos após viralizar como ambulante, de novos projetos e dos aprendizados com fracassos
Quase dois anos após viralizar nas redes sociais por vender bebidas como ambulante em Copacabana, Daniel Erthal diz que sua vida mudou completamente. Ele abriu um bar em Botafogo, na Zona Sul do Rio, se tornou apresentador de lives de sorteio na internet e, recentemente, fechou contrato com uma plataforma de uma grande marca de refrigerantes para apresentar um quadro em que conversa com vendedores de rua:
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— Sempre foi meu desejo apresentar. E agora estes projetos estão mostrando que tenho uma grande capacidade de comunicação, algo que nunca descobri como ator. Tudo o que vivi até aqui me preparou para ser um grande comunicador.
Como ator, ele diz que está escalado para uma série e um filme, ambos dirigidos por Roobertchay Rocha, pai de Chay Suede. Erthal diz que adoraria voltar a fazer novelas, mas não tem conseguido abertura:
— Eu converso com meus amigos atores e pergunto se ainda existe teste. Antigamente, recebíamos e-mails. E hoje eu vejo um outro movimento, parece que as novelas já saem do papel com elenco completo — lamenta.
Ele reconhece ter se acomodado durante os dez anos em que esteve na Record:
— Eu me acomodei em uma falsa estabilidade e acabei não me capacitando quando tive oportunidade. Poderia ter buscado mais e me exposto mais quando o meu contrato estava acabando. E aí veio a pandemia — relembra o ator, que atuou no ano passado no longa "Luccas e Gi em: Dinossauros", estrelado por Luccas Neto.
Ele comenta ainda que seu grande objetivo é integrar o time do "Big Brother Brasil".
— Já ouvi dizer que meu nome ventila nos corredores, e eu largaria tudo caso fosse convidado. Sei que se corre riscos participando de um reality, mas estou disposto. Aos 43 anos, nós não guardamos mais nada — frisa.
A falta de dinheiro, ele reconhece, veio muito da falta de planejamento. No período de dois anos em que namorou uma modelo brasileira que vivia no exterior, fez algumas viagens para Nova York, em que não economizou nos gastos. Investiu em uma startup que não deu certo e adquiriu um imóvel. Em 2019, após fazer a novela "Jezabel", passou mais de um mês rodando pela Europa. Por conta do rombo financeiro em seu cartão de crédito, precisou vender o apartamento que tinha comprado e, com dívidas, foi morar na casa de uma amiga.
— Eu não sou uma vítima de nada, não posso culpar produtor, diretor ou autor. Eu que fiz as minhas besteiras, e as minhas opções me levaram a essa situação de não ter possibilidade de me manter e de sustentar a minha cachorra (Amsterdan, de 11 anos). Sempre me sustentei e não fazia sentido pedir dinheiro emprestado para amigos ou para a família. Eu tinha que me reestruturar. Então assumi as minhas responsabilidades e tive a ideia de vender cerveja e me tornar o maior vendedor de todos. Porque eu não conheço ninguém que seja melhor que eu.
Sem dinheiro, também se viu sozinho. Conta que não tinha coragem de se relacionar com alguém sem condições de ir a um restaurante.
— Bate uma perda de dignidade que gera muita vulnerabilidade mental. A companhia da minha cachorrinha me salvou, foi ela que me incentivou a correr atrás, a começar a vender cerveja. Cada latinha que vendi me ajudou no processo — explica ele.
No ano passado, o ator assumiu um namoro com a trancista Denise Fortunato. Ele conta, no entanto, que atualmente está solteiro, e que não pretende se relacionar com alguém neste momento:
— Acredito que me atrapalharia. Tenho outros planos e preciso investir neles.
Em 2023, graças a uma reprise de "A terra prometida", o ator conseguiu uma quantia que o ajudou a montar seu bar, Ilha da Sede. É lá, inclusive, que pretende morar no ano que vem, quando seu aluguel em Copacabana vencer. Também pretende transformar o lugar em um espaço artístico durante o dia, com brechó e café. E, sim, vai continuar levando seu carrinho para os grandes eventos.
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— Se tem uma praia lotada, eu tenho que estar lá. Eu tenho visibilidade nisso, sei que vou vender bem e preciso fazer meu dinheirinho, né? E, além de tudo, conectar pessoas e voltar para o hype, porque vivemos de acontecimentos. Sempre falo que o sucesso me ensinou pouco, mas os fracassos e os obstáculos me tornaram um homem de verdade.
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