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Marina Silva defende mecanismos internacionais para financiar preservação de florestas em evento pré-COP30

13/10/2025 21:19 O Globo - Rio/Política RJ

A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, voltou a defender nesta segunda-feira iniciativas para o financiamento internacional de florestas em países em desenvolvimento. Marina discursou em plenária do evento Pré-COP a delegações de países que devem participar da Conferência das Nações Unidas para o Clima (COP30) em Belém, no próximo mês.
— Sem as florestas, o equilíbrio climático global não se sustenta. (...) Ainda assim, os recursos destinados à sua proteção estão muito aquém do necessário. Estima-se a necessidade de US$ 282 bilhões por ano, mas hoje contamos com apenas um quarto desse valor. Para preencher essa lacuna, precisamos mobilizar um menu de ações concretas de financiamento para a natureza. O Fundo Florestas Tropicais para Sempre é uma dessas iniciativas — disse a ministra.
A viabilização do Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF, na sigla em inglês) é uma das principais agendas impulsionadas pelo governo Lula para a COP30. Liderado pelo Brasil e mais 11 países, a iniciativa poderá beneficiar mais de 70 nações tropicais, segundo a ministra. O fundo, que deverá receber US$ 1 bilhão de recursos do Brasil, propõe um modelo de financiamento para a conservação das florestas tropicais no mundo.
A ministra defendeu ainda o fortalecimento do REDD+, mecanismo que prevê recompensas a países em desenvolvimento pela diminuição de emissões de gases de efeito estufa que ocorram por meio da conservação de florestas.
Juntos, TFFF e REDD+ poderão gerar cerca de US$ 9 bilhões por ano, o que, segundo Marina, cobriria "quase 60% do financiamento necessário para zerar o desmatamento até 2030".
A ministra disse que as medidas seriam uma contribuição "essencial" para implementar o processo de avaliação periódica das metas ambientais dos países previstas no Acordo de Paris.
Marina também cobrou dos países a apresentação das chamadas NDCs, os compromissos nacionais apresentados por cada governo antes da COP.
— Os recursos destinados à conservação oceânica somam apenas US$ 1,2 bilhão por ano, quando seriam necessários cerca de US$ 16 bilhões. É preciso corrigir esse desequilíbrio. A proteção do oceano é parte inseparável da agenda climática e, portanto, as NDCs precisam ser também “azuis” — disse Marina, ao falar sobre oceanos.

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