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Louvre: seis fatos sobre o antigo palácio da monarquia francesa transformado no maior museu do mundo

26/10/2025 07:01 O Globo - Rio/Política RJ

Quando as primeiras pedras do que hoje é o Museu do Louvre foram encaixadas, a descoberta da América ainda estava a três séculos de distância. Esta é a origem do que hoje é o museu mais visitado do mundo, construído, ampliado e reconstruído ao longo de centenas de anos e, desde que se tornou um museu aberto em 1793, expôs centenas de milhares de peças de arte mundial.
O Louvre reabriu suas portas aos visitantes na manhã de quarta-feira (22), pela primeira vez, desde o espetacular roubo realizado há uma semana por quatro criminosos, ainda foragidos, que levaram oito joias. O prejuízo foi estimado em 88 milhões de euros.
Como reconheceu o diretor do museu, a própria arquitetura e as condições do Palácio do Louvre dificultam a implementação de medidas de segurança modernas em um edifício que não foi originalmente concebido como museu. Isso pode ser explicado observando sua história, que possui alguns momentos extremamente interessantes.
1. Fortaleza medieval
Como edifício, a história do Louvre testemunhou séculos de mudanças políticas e sociais na França . Mas suas origens remontam ao período medieval (por volta de 1190), quando o Rei Filipe II, conhecido como "o Augusto" (1165-1223), construiu uma fortaleza quadrangular como parte da proteção de Paris ao longo das muralhas próximas ao Rio Sena.
Mais tarde, o Rei Carlos V (1338-1380) converteu a fortaleza em um castelo, a primeira residência real de sua época. Alguns séculos depois, o Rei Henrique II (1519-1559) projetou o moderno palácio central, com a arquitetura renascentista que sobrevive até hoje.
Outros monarcas contribuíram para o projeto secular. Henrique IV (1553-1610) criou a ala sul que corre ao longo do Sena e que hoje abriga coleções importantes, como a Mona Lisa de Da Vinci, ou a Galeria Apollo, que foi alvo do roubo há alguns dias . Luís XIV, o "Rei Sol" (1643-1715) continuou as extensões até o Palácio das Tulherias (que foi demolido na década de 1880). Após o triunfo da Revolução Francesa (1798), a Grande Galeria do Louvre foi aberta pela primeira vez como museu em 1793. Com a restauração da monarquia, Napoleão I ergueu parte da ala norte, enquanto Napoleão III finalizou o complexo e estendeu partes das alas.
Atualmente, conta com 73 mil metros quadrados de galerias e espaços expositivos para mais de 500 mil peças, segundo dados oficiais, o que o torna o maior museu do mundo.
2. Abertura
A fachada da ala do Museu do Louvre onde fica a Sala de Consulta de Gravuras e Desenhos, uma parte pouco explorada do museu mais famoso da França
Dmitry Kostyukov/The New York Times
Os monarcas que construíram o Louvre acumularam inúmeras obras de arte, tanto suas quanto importadas de outras partes da Europa e do mundo, ao longo dos séculos. Mas suas exposições eram privadas. Isso mudou com o triunfo da Revolução Francesa em 1789, que aboliu a monarquia e provocou uma mudança política e social focada no povo francês e no Iluminismo.
Com a saída da família real, o Louvre passou a ser a sede do governo civil francês e, em 10 de agosto de 1793, a Grande Galeria do Louvre foi aberta ao público pela primeira vez como espaço museológico para a vasta coleção de arte real e católica. Chamava-se Musée Centrale des Arts e inicialmente abrigava um acervo de mais de 500 obras, principalmente pinturas.
3. Arte saqueada por Napoleão
Napoleão Bonaparte (1769-1821) foi, como líder militar e posteriormente imperador (Napoleão I), um dos homens que mais peças de arte trouxeram para o Museu do Louvre, obtidas durante suas campanhas militares na Europa e na África. Em suas batalhas, ele colocou em prática o conceito de "despojos de guerra", pelo qual o exército francês adquiria pinturas, peças de joalheria, esculturas e relíquias antigas em campanhas como as da Áustria, Itália, Prússia, Espanha e Egito. Sua justificativa revolucionária era que a França, como um país do Iluminismo, deveria ser a guardiã da arte mundial. De fato, o museu mudou seu nome para Museu Napoleão por alguns anos, uma das demonstrações do culto à personalidade do general, que também era retratado em pinturas, assim como suas batalhas.
Mas sua queda na Batalha de Waterloo, em 1815, também representou um revés para a coleção de arte do museu, já que as potências anteriormente derrotadas exigiram a devolução de inúmeras peças. "Eles falavam de uma 'Waterloo cultural'", disse a professora de história Beatrice de Graaf ao The New York Times. "Queriam infligir aos franceses não apenas uma derrota militar, mas também cultural, uma que dissesse: 'Vocês têm que nos devolver o que nos é devido.'"
Após a queda de Napoleão, o museu também voltou a usar seu antigo nome, Louvre. E, por uma reviravolta do destino, duas das peças roubadas em 19 de outubro eram, na verdade, um colar e brincos de esmeralda que Napoleão Bonaparte havia dado à sua segunda esposa, Maria Luísa, como presente de casamento.
4. Pirâmide central
Louvre (Museu)
Reprodução/Canva
Um dos grandes projetos arquitetônicos modernos do Louvre também foi um do

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