
Global Voices traz foco para inovação e empresariado no desenvolvimento do país
Evento da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o Global Voices 2025 reuniu autoridades, empresários, lideranças e especialistas no último dia 14, em São Paulo, para debater o cenário econômico brasileiro e internacional, compartilhando conhecimentos sobre política, economia e inovação. Entre os palestrantes, nomes de peso como os prêmios Nobel Paul Romer (2018) e James Robinson (2024) falaram sobre fatores essenciais para o progresso.
Na cerimônia de abertura, José Roberto Tadros, presidente do Sistema CNC-Sesc-Senac, destacou o espaço que o evento ocupa na reflexão e na construção de ideias.
— É ouvindo, debatendo e aprendendo que fortalecemos nossa capacidade de agir e transformar — afirmou. Para ele, é em momentos de incertezas econômicas, geopolíticas e tecnológicas que o papel da CNC é reafirmado, fortalecendo o desenvolvimento e a defesa do empresariado do país.
Impulsionar, desenvolver e atuar em defesa do comércio de bens, serviços e turismo no país é a nossa missão. Fortalecer o empresário é fortalecer o Brasil
— Impulsionar, desenvolver e atuar em defesa do comércio de bens, serviços e turismo no país é a nossa missão. Fortalecer o empresário é fortalecer o Brasil — reforçou Tadros, agradecendo aos empresários, razão de ser do Sistema CNC-Sesc-Senac.
COM A PALAVRA,OS PRÊMIOS NOBEL
Em seguida, a palestra de Paul Romer, prêmio Nobel de Economia em 2018, destacou a importância da capacidade de gerar e compartilhar ideias para o crescimento de uma nação.
O presidente da CNC, José Roberto Tadros, entre os Prêmios Nobel de 2018, Paul Romer e de 2024, James Robinson: nova ordem global beneficia AL
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— Quando um país cria um ambiente que valoriza o conhecimento, a educação e o empreendedorismo, ele transforma potencial em progresso. Crescimento é consequência de um ecossistema que estimula novas ideias e permite que elas se espalhem — acredita ele.
Na sequência, a apresentação do Nobel de Economia 2024 e coautor do livro “Por que as nações fracassam”, James Robinson, ressaltou que os países que fortalecem a cooperação entre Estado, empresas e sociedade civil formam uma base sólida para a inovação e a estabilidade em longo prazo.
Quando um país cria um ambiente que valoriza o conhecimento, a educação e o empreendedorismo, ele transforma potencial em progresso
— A prosperidade depende de instituições que funcionam, que permitem que o talento e a energia de toda a sociedade se transformem em produtividade. Onde há exclusão, há estagnação — diz ele.
Para ele, o subdesenvolvimento da América Latina ocorre devido a instituições frágeis e pouco inclusivas, que não conseguem sustentar a inovação. Defendendo políticas antimonopólio, ele disse que o ponto focal é alinhar os incentivos das pessoas aos da sociedade, impedindo a concentração de poder econômico e incentivando a concorrência.
A prosperidade depende de instituições que funcionam, que permitem que o talento e a energia de toda a sociedade se transformem em produtividade
No painel “O papel da inovação e do capital humano no desenvolvimento econômico”, que reuniu os dois prêmios Nobel e teve a mediação da jornalista e palestrante Juliana Rosa, Romer disse que acredita na desaceleração na economia dos Estados Unidos:
— Devido à nossa própria incerteza interna, que também causa insegurança em outras partes do mundo.
Robinson acredita que a economia mundial vai estar muito diferente nas próximas décadas.
— Vai haver uma espécie de ordem global, a procura por novos mercados, e talvez isso seja bom para a América Latina. Ela se reorientará, o mundo mudará, assim como os padrões das relações diplomáticas e o comércio.
O evento foi mais uma mostra do empenho do Sistema CNC de fortalecer as instituições e incentivar o desenvolvimento dos setores de comércio, serviços e turismo, compartilhando conhecimento e a troca de experiências entre empresários e gestores.
Impactos no cenário global de uma geopolítica em transformação
Professor HOC explica como as relações entre a política de cada nação e sua posição geográfica interferem no mapa econômico mundial
O cientista político Heni Ozi Cukier, conhecido como Professor HOC, apresentou a palestra “Impactos econômicos da nova geopolítica global
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O CNC Global Voices 2025 teve um encerramento de peso. O cientista político Heni Ozi Cukier, conhecido como Professor HOC, apresentou a palestra “Impactos econômicos da nova geopolítica global”, explicando como as relações entre política de um país e sua posição geográfica influenciam o mapa econômico mundial.
Para Cukier, é preciso compreender como preferências, valores e poder moldam as decisões econômicas.
— A economia não explica tudo o que acontece no mundo e tem passado por uma grande reconfiguração. É necessário incorporar a geopolítica nessa história para entender para onde estamos indo — disse ele.
— Relações econômicas são relações de poder. No tabuleiro da geopolítica, ter poder é não depende
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