Logo
Tudo que você precisa saber sobre as eleições em um só lugar

Furacão Melissa atinge Jamaica e agora segue em direção a Cuba

29/10/2025 03:14 O Globo - Rio/Política RJ

O poderoso furacão Melissa segue em direção a Cuba, depois de ter atingido Jamaica com ventos ferozes e chuvas torrenciais nessa terça-feira, levando as autoridades a declarar o país como “zona de desastre”.
Dez mortes — três na Jamaica, três no Haiti, três no Panamá e uma na República Dominicana — já foram atribuídas ao agravamento das condições meteorológicas provocadas pela tempestade.
Melissa chegou à Jamaica por volta do meio-dia como um furacão de categoria 5 (a máxima), com ventos sustentados de até 295km/h, mas depois perdeu força e foi rebaixado para categoria 4. Sua periculosidade permanece.
'Tormenta do século': Alimentado por águas quentes, furacão Melissa atinge Jamaica sob temores de catástrofe
Trata-se do pior furacão a atingir a ilha desde que há registros meteorológicos e um dos mais potentes já registrados no Atlântico.
Moradores em Cuba estocam mantimentos e tentam prender os telhados de suas casas com cordas
Carlos FABAL / AFP
Furacão Melissa: Vídeos mostram intensidade do fenômeno na Jamaica
O primeiro-ministro da Jamaica, Andrew Holness, declarou que a ilha é uma “zona de desastre”.
- Parte do nosso telhado foi arrancada pelo vento, outra parte desabou, a casa inteira está inundada. Estruturas externas como currais dos animais e a cozinha também foram destruídas - declarou Lisa Sangster, moradora do sudoeste da Jamaica.
Kingston, a capital, foi relativamente pouco afetada, segundo Mathue Tapper, morador de 31 anos. - Tenho a impressão de que o pior já passou - disse, embora tenha afirmado estar muito preocupado com as áreas rurais.
As autoridades haviam alertado a população para ter cuidado com os crocodilos, que, devido às inundações, poderiam representar uma ameaça.
O NHC informou que o olho do furacão deixou a ilha pela “costa norte” e agora segue rumo a Cuba.
A potência de Melissa supera a de furacões como Katrina, que devastou a cidade de Nova Orleans em 2005.
Na segunda-feira, o primeiro-ministro Holness já havia alertado sobre as consequências do furacão nas áreas mais atingidas. - Não acredito que exista infraestrutura nesta região capaz de resistir a um furacão de categoria 5 - declarou.
- Para a Jamaica, será a tempestade do século até agora - afirmou Anne-Claire Fontan, da Organização Meteorológica Mundial.
Pouco antes da chegada do furacão, as autoridades se mostraram preocupadas porque muitos moradores se recusavam a cumprir as ordens de evacuação.
Furacão Melissa cruza caminho de força militar dos EUA no Caribe e testa prioridade de Washington na região
A ONU anunciou na terça-feira sua intenção de enviar por avião cerca de 2 mil kits de emergência para a Jamaica, a partir de Barbados, o mais rápido possível.
'Que não nos faça tanto mal'
Moradores são evacuados da Praia Siboney para locais seguros antes da chegada do furacão Melissa, em Santiago de Cuba
YAMIL LAGE / AFP
Melissa segue agora para Cuba, onde deve atingir o leste do país durante a noite. As autoridades declararam “estado de alerta” em seis províncias: Granma, Las Tunas, Camagüey, Santiago de Cuba e Guantánamo.
- Que não nos faça tanto dano - pede Floraina Duany, de 82 anos, à Virgem de la Caridad del Cobre, padroeira de Cuba.
As autoridades começaram a evacuar cerca de 650 mil pessoas nessas províncias, onde moradores estocam mantimentos e tentam prender os telhados de suas casas com cordas. As aulas e atividades de trabalho não essenciais foram suspensas.
Ruas praticamente vazias antes da chegada do furacão Melissa à cidade de Santiago de Cuba
YAMIL LAGE / AFP
Previa-se até um metro de chuva, com inundações repentinas e deslizamentos de terra também esperados no Haiti, República Dominicana e Cuba.
No Haiti, as autoridades determinaram o fechamento de escolas, comércios e repartições públicas na quarta-feira.
Cientistas afirmam que a mudança climática causada pelo ser humano intensificou grandes tempestades e aumentado sua frequência.
Aquecimento global
O meteorologista Kerry Emanuel explicou que o aquecimento global está fazendo com que mais tempestades se intensifiquem rapidamente, como ocorreu com Melissa, o que aumenta o risco de chuvas extremas.
Veja imagens do olho do furacão Melissa feitas por avião da Força Aérea dos EUA
- A água mata muito mais gente do que o vento - disse à AFP.
O último grande furacão que atingiu a Jamaica foi o Beryl, em julho de 2024, uma tempestade anormalmente forte para aquela época do ano.
- A mudança climática provocada pelo ser humano está piorando todos os aspectos mais graves do furacão Melissa - afirmou o cientista climático Daniel Gilford.

Fonte original: abrir