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Tsunami de 800 metros: imagens 3D revelam cratera no Atlântico criada por asteroide há 66 milhões de anos

29/10/2025 07:02 O Globo - Rio/Política RJ

Nas profundezas do Oceano Atlântico, uma antiga cicatriz de 9 km de largura conta uma história catastrófica: a Cratera Nadir foi formada por um asteroide que atingiu a Terra há 66 milhões de anos, quase simultaneamente ao impacto de Chicxulub, que extinguiu os dinossauros. Novas imagens sísmicas 3D revelam detalhes impressionantes do evento, incluindo rochas derretidas e ondas gigantescas que varreram o oceano.
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Pesquisadores da Universidade Heriot-Watt, no Reino Unido, divulgaram as imagens coletadas a cerca de 300 metros abaixo do fundo do Atlântico, próximas à costa da Guiné, na África Ocidental. Os dados confirmam que o impacto formou inicialmente uma cratera em forma de tigela, com rocha derretida emergindo de seu centro e grandes deslizamentos submarinos se espalhando pelo planalto oceânico.
De acordo com o ScienceDaily, o Dr. Uisdean Nicholson, responsável pela identificação da cratera em 2022, explicou que o asteroide tinha entre 450 e 500 metros de largura e atingiu a Terra a cerca de 20 km por segundo. “As cristas espirais ao redor do pico central indicam que o impacto ocorreu em ângulo oblíquo, entre 20 e 40 graus a nordeste”, detalhou Nicholson.
O mapa inserido mostra a localização da cratera em uma reconstrução paleogeográfica do Atlântico Central em 66 milhões de anos
Divulgação/Universidade Heriot-Watt
A força do choque causou um tsunami com mais de 800 metros de altura, além de liquefação dos sedimentos e falhas estruturais no leito marinho. Segundo Nicholson, “os dados 3D nos permitem ver a cratera em todos os níveis, como um ultrassom de alta resolução, revelando cada detalhe da destruição”.
Mapas mais detalhados da cratera
Divulgação/Universidade Heriot-Watt
Especialistas em crateras de impacto nos EUA destacam a importância da descoberta. O Dr. Sean Gulick, da Universidade do Texas, afirma que imagens tão completas são raras e permitem estudar como tais eventos moldam a evolução da Terra e de outros planetas. A Dra. Veronica Bray, da Universidade do Arizona, acrescenta que a combinação de dados sísmicos e sedimentares oferece uma visão inédita de uma cratera intacta na Terra.
Embora um asteroide desse porte seja raro, os cientistas alertam para objetos próximos à Terra, como Bennu, de 400 metros de diâmetro. Segundo a NASA, sua chance de impacto até 2300 é inferior a 0,06%, com maior risco identificado em 24 de setembro de 2182, quando a probabilidade chega a 0,037%.

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