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Em meio a crise com EUA, exportação de terras-raras pela China cai em setembro

18/10/2025 11:15 O Globo - Rio/Política RJ

As exportações chinesas de terras-raras caíram em setembro em relação ao mês anterior, à medida que o endurecimento dos controles de Pequim sobre minerais estratégicos repercute nas cadeias globais de suprimentos e aumenta as tensões com Washington.
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Os embarques dos materiais, que são usados em veículos elétricos, armamentos e na fabricação de dispositivos com alta tecnologia, totalizaram 6.538 toneladas, segundo dados alfandegários divulgados neste sábado. Em agosto, haviam sido 7.338 toneladas.
O resultado contrasta com os aumentos consistentes dos meses anteriores, que haviam elevado os embarques de agosto ao maior nível desde 2012.
Neste mês, Pequim anunciou novas e amplas restrições às terras-raras, incluindo a extensão dos controles de exportação a produtos comercializados fora da China que contenham até mesmo pequenas quantidades de material de origem chinesa.
O governo Trump condenou as medidas, afirmando que representam uma ameaça à segurança do fornecimento global, enquanto autoridades chinesas afirmaram que estão reagindo à escalada nas restrições comerciais impostas pelos Estados Unidos.
A China, maior produtora mundial, impôs controles sobre algumas exportações de terras-raras em abril. As vendas externas então despencaram, antes de uma trégua provisória permitir alguns meses de recuperação.
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Agora, a postura mais dura de Pequim está provocando uma reação global, e o secretário do Tesouro americano, Scott Bessent, deu a entender que uma resposta coordenada pode estar em preparação, durante um encontro anual de líderes econômicos globais em Washington nesta semana.
O mercado financeiro agora aguarda a reunião planejada entre os presidentes Xi Jinping e Donald Trump na Coreia do Sul, na próxima semana, que pode oferecer aos rivais uma oportunidade de aliviar as tensões recentes e prolongar a trégua tarifária em curso.
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Autoridades chinesas tentaram amenizar as preocupações sobre a escalada repentina nas restrições às exportações de terras-raras durante uma visita a Washington, em uma tentativa de conter a reação internacional enquanto avançam as negociações comerciais com os Estados Unidos.
Delegados chineses disseram a seus interlocutores globais que o endurecimento dos controles de exportação não prejudicará o fluxo normal do comércio, segundo pessoas familiarizadas com o assunto, em conversas realizadas à margem das reuniões anuais do Fundo Monetário Internacional (FMI) nesta semana.
De acordo com essas fontes, as autoridades chinesas afirmaram que a medida busca criar um mecanismo de longo prazo e foi introduzida como resposta a provocações dos EUA, como a ampliação das sanções para incluir subsidiárias de empresas na lista de restrições.
A decisão inédita da China sobre as terras-raras provocou uma reação global na última semana, com autoridades da Europa e do Japão expressando preocupação com a estabilidade das cadeias de suprimentos. As tensões deram aos Estados Unidos uma oportunidade de reunir aliados, representando um revés para os esforços chineses de fortalecer relações no cenário internacional.
A mensagem transmitida pelos representantes chineses em Washington ecoou declarações recentes do Ministério do Comércio da China, que afirmou que os controles não representam uma proibição de exportações e que pedidos qualificados para uso civil poderão ser aprovados. O ministro do Comércio, Wang Wentao, também atribuiu a recente escalada nas tensões comerciais com os EUA às ações americanas.
Na capital americana, o vice-ministro das Finanças da China, Liao Min, manteve reuniões bilaterais nesta semana com ao menos sete países — incluindo Estados Unidos, Reino Unido e Alemanha — além de outras organizações. Já o presidente do Banco Popular da China, Pan Gongsheng, reuniu-se com autoridades de pelo menos nove nações.
Comunicados oficiais sobre esses encontros não detalharam o conteúdo das discussões, limitando-se a mencionar uma troca de opiniões sobre o ambiente econômico e financeiro. Os ministérios chineses do Comércio e das Relações Exteriores não comentaram o assunto fora do horário comercial.
Após uma forte onda de críticas, alguns países parecem adotar uma postura de cautela em relação ao tema das terras-raras, aguardando o resultado da reunião prevista nas próximas semanas entre o presidente americano Donald Trump e o líder chinês Xi Jinping antes de decidir por medidas concretas. Os países do G7 — grupo das principais democracias industrializadas — não conseguiram elaborar uma declaração conjunta nem adotar ações coordenadas contra a China após o encontro realizado em Washington nesta semana.
O ministro das Finanças do Japão, Katsunobu Kato, adotou um tom prudente, embora tenha criticado as últimas medidas chinesas e pedido que os países do G7 se unam em uma resposta. —Se nossas ações de

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