
Vencedora de concurso em 1988 acerta mistério de Odete Roitman de novo em 2025
Se não fosse confeiteira, Laura Boaventura de Andrade podia ser detetive, ou autora de novela. Isso porque, em 1988, aos 14 anos, tinha certeza de que a assassina de Odete Roitman em "Vale tudo" era Leila — seu faro, inclusive, a fez ganhar a promoção oficial da TV Globo e do caldo Maggi da Galinha Azul. Agora, em 2025, cravou que a vilã estava viva, mancomunada com Freitas, tal qual foi mostrado no capítulo da última sexta-feira.
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— Foi muito suspeito a despedida deles da TCA — diz Laura, ao GLOBO, após o capítulo da novela. —Ele fala que ela pode contar com ele para tudo. No funeral, achei suspeita a atitude dele com Consuelo. Sabia que ele estava envolvido. Mas confesso que achei que a Odete ia incriminar o Marco Aurélio e o corpo que ia sair do hotel era do matador da Fátima, que sumiu da história.
Laura não é o que se costuma chamar de "engenheiro de obra pronta". De fato, nas duas vezes em que conversou com o GLOBO, a mineira, de 50 anos, falou no nome do personagem de Luis LoBianco. Na edição do dia 12 de junho, o jornal trouxe a opinião dela no Segundo Caderno sobre o desfecho da novela. “Para mim, Freitas e Consuelo estão envolvidos, talvez até armaram algum plano com a Odete. No funeral, deu muito na cara! Prestei atenção nesse enterro, como na primeira versão da novela", ela disse. Ao Fantástico, no mesmo dia, foi ainda mais categórica, o que a fez receber diversas mensagens, depois do fim da novela, de amigos que lembraram suas proféticas palavras no programa dominical. "Eu acho que Odete não morreu. Ela vai forjar a própria morte com a ajuda do Freitas", disse ela, na reportagem.
Laura Boaventura de Andrade, em 1989, acertou que Leila foi a assassina de Odete Roitman
Antonio B. Moura / Agência O Globo e Reprodução
Três chances de ganhar
Na primeira versão da novela, Laura tinha 14 anos, assistia à trama com o avô, em Belo Horizonte, onde ainda mora, e eles chegaram à conclusão de que Leila havia apertado o gatilho. Resolveram escrever três cartas para a promoção do Caldo Maggi da Galinha Azul, patrocinador oficial da novela. Seriam sorteados, para as cartas com o nome correto do assassino, cinco milhões de cruzados, que valeriam, hoje, cerca de R$ 110 mil, de acordo com o IPCA, índice de inflação do IBGE.
Na época, apenas 6,3% das três milhões de cartas do concurso votaram em Leila. O mais cotado foi o mordomo Eugênio (Sérgio Mamberti), com 24%. Depois, apareceu o nome de Marco Aurélio (Reginaldo Faria) com 23%. Laura teve, então, mais chances de ganhar uma grana que, principalmente, deu para ajudar a mãe. Mas sua perspicácia detetivesca não livrou a família de sofrer as consequências do confisco da poupança do Plano Collor, no ano seguinte.
— (Na época da novela) Minha mãe estava de mudança, com mensalidade da escola atrasada e passando por um aperto financeiro. Eu queria ganhar o concurso para ajudá-la. Fez muita diferença para a gente, usamos para pagar umas dívidas. Foi bem gasto. Mas depois veio o Collor e prendeu o dinheiro e levou uma parte.
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