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Vencedora de concurso em 1988 acerta mistério de Odete Roitman de novo em 2025

18/10/2025 08:00 O Globo - Rio/Política RJ

Se não fosse confeiteira, Laura Boaventura de Andrade podia ser detetive, ou autora de novela. Isso porque, em 1988, aos 14 anos, tinha certeza de que a assassina de Odete Roitman em "Vale tudo" era Leila — seu faro, inclusive, a fez ganhar a promoção oficial da TV Globo e do caldo Maggi da Galinha Azul. Agora, em 2025, cravou que a vilã estava viva, mancomunada com Freitas, tal qual foi mostrado no capítulo da última sexta-feira.
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— Foi muito suspeito a despedida deles da TCA — diz Laura, ao GLOBO, após o capítulo da novela. —Ele fala que ela pode contar com ele para tudo. No funeral, achei suspeita a atitude dele com Consuelo. Sabia que ele estava envolvido. Mas confesso que achei que a Odete ia incriminar o Marco Aurélio e o corpo que ia sair do hotel era do matador da Fátima, que sumiu da história.
Laura não é o que se costuma chamar de "engenheiro de obra pronta". De fato, nas duas vezes em que conversou com o GLOBO, a mineira, de 50 anos, falou no nome do personagem de Luis LoBianco. Na edição do dia 12 de junho, o jornal trouxe a opinião dela no Segundo Caderno sobre o desfecho da novela. “Para mim, Freitas e Consuelo estão envolvidos, talvez até armaram algum plano com a Odete. No funeral, deu muito na cara! Prestei atenção nesse enterro, como na primeira versão da novela", ela disse. Ao Fantástico, no mesmo dia, foi ainda mais categórica, o que a fez receber diversas mensagens, depois do fim da novela, de amigos que lembraram suas proféticas palavras no programa dominical. "Eu acho que Odete não morreu. Ela vai forjar a própria morte com a ajuda do Freitas", disse ela, na reportagem.
Laura Boaventura de Andrade, em 1989, acertou que Leila foi a assassina de Odete Roitman
Antonio B. Moura / Agência O Globo e Reprodução
Três chances de ganhar
Na primeira versão da novela, Laura tinha 14 anos, assistia à trama com o avô, em Belo Horizonte, onde ainda mora, e eles chegaram à conclusão de que Leila havia apertado o gatilho. Resolveram escrever três cartas para a promoção do Caldo Maggi da Galinha Azul, patrocinador oficial da novela. Seriam sorteados, para as cartas com o nome correto do assassino, cinco milhões de cruzados, que valeriam, hoje, cerca de R$ 110 mil, de acordo com o IPCA, índice de inflação do IBGE.
Na época, apenas 6,3% das três milhões de cartas do concurso votaram em Leila. O mais cotado foi o mordomo Eugênio (Sérgio Mamberti), com 24%. Depois, apareceu o nome de Marco Aurélio (Reginaldo Faria) com 23%. Laura teve, então, mais chances de ganhar uma grana que, principalmente, deu para ajudar a mãe. Mas sua perspicácia detetivesca não livrou a família de sofrer as consequências do confisco da poupança do Plano Collor, no ano seguinte.
— (Na época da novela) Minha mãe estava de mudança, com mensalidade da escola atrasada e passando por um aperto financeiro. Eu queria ganhar o concurso para ajudá-la. Fez muita diferença para a gente, usamos para pagar umas dívidas. Foi bem gasto. Mas depois veio o Collor e prendeu o dinheiro e levou uma parte.

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