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Como deputados pegam carona no Flamengo em projeto de venda do Maracanã; entenda por que clube topou fazer jogo político

28/10/2025 06:01 O Globo - Rio/Política RJ

O projeto para venda do Maracanã aprovado pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) tenta pegar carona no Flamengo, que tem a concessão do estádio ao lado do Fluminense, e topou fazer o jogo político para fazer valer seus interesses em relação ao sonho do estádio próprio.
O blog apurou que a ideia veio do presidente da Alerj, Rodrigo Bacellar, pré-candidato ao governo do estado em 2026 pelo União Brasil, em conversa com o presidente rubro-negro, Luiz Eduardo Baptista, ao lado dos deputados Rodrigo Amorim (PL) e Alexandre Knoploch (PL), relator da proposta.
Depois do encontro, em que Bap foi informado do plano e achou que poderia ser benéfico para o Flamengo, o Maracanã foi um dos imóveis incluídos na proposta que totaliza 62 bens que seriam vendidos para levantar recursos e permitir a adesão do estado ao Programa de Pleno Pagamento de Dívidas dos Estados (Propag), do governo federal. A proposta ainda precisa ser votado no plenário da Cãmara, onde pode sofrer alterações, e passar pelo governador Cláudio Castro, que já vetou a ideia.
O presidente do Flamengo, que até hoje é alinhado a Castro, assumiu com a pendência de tirar do papel a obra do estádio próprio no Gasômetro, em terreno desapropriado pelo prefeito Eduardo Paes, que também é candidato ao governo estadual em 2026.
Com o plano de obra adiado para entrega em 2034 e não mais em 2029, Bap deixou clara a preferência por investir no Maracanã, ainda sem a ideia de compra. Gastar recursos do clube em um bem que não é do Flamengo sempre foi uma opção vista com ressalva na Gávea. Nesse momento, entretanto, a discussão interna nem chegou ao Conselho Diretor, apenas de maneira informal.
A diretoria entende que a promessa política sobre o Maracanã, que cai bem também junto aos torcedores do Flamengo, é uma maneira de deixar de lado, sem pressão, a tentativa de acelerar as obras do terreno do Gasômetro, projeto iniciado pela antiga gestão, do ex-presidente Rodolfo Landim.
O Maracanã como estádio próprio sem o gasto de ter que erguer um novo é um capital político para Bap dentro e fora do Flamengo, avaliam aliados. Por isso, interlocutores do presidente estão dispostos a manter o assunto em pauta enquanto ele se desenrola na política estadual. Enquanto isso, o Flamengo tenta maximizar as receitas com o estádio para provar que o administra bem. A concessão ainda tem 19 anos pela frente.
O plano de compra, a princípio, não envolve o Fluminense. Apesar da concessão e das multas por quebra de contrato, o Flamengo já indicou em outras oportunidades que gostaria de ter um parceiro mais rentável, ou assumir o estádio sozinho e alugar para outros clubes do Rio, como o Vasco.

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