 
        Câmara vota na próxima semana projeto que amplia licença-paternidade; novo relatório reduz custo e flexibiliza estabilidade
A Câmara dos Deputados deve votar na próxima semana o projeto que regulamenta a licença-paternidade. O novo parecer, apresentado pelo relator Pedro Campos (PSB-PE), traz mudanças como a redução do impacto fiscal de  R$ 11 bilhões para R$ 6,5 bilhões e flexibilização na regra da estabilidade. De acordo com a versão final do texto, o trabalhador poderá ser demitido após o retorno, mas com indenização referente ao período em que teria estabilidade.
O novo parecer estabelece que a licença será ampliada de forma progressiva, começando com 10 dias em 2027 e chegando a 30 dias em 2031. O período poderá ser dividido, permitindo que parte do afastamento seja usada logo após o nascimento ou adoção, e o restante até seis meses depois. O objetivo, segundo o relator, é garantir uma transição viável para empresas e trabalhadores, além de estimular a participação do pai no cuidado com o bebê e facilitar o retorno da mãe ao mercado de trabalho.
O texto também cria o “salário-paternidade”, benefício de valor equivalente ao salário-maternidade, pago pelo INSS. Para empregados celetistas, o pagamento será feito inicialmente pela empresa, com compensação nas contribuições previdenciárias. O modelo segue o desenho do Programa Empresa Cidadã, que hoje permite prorrogar a licença-paternidade de cinco para 20 dias.
Custo menor e nova forma de compensação
O impacto passou a ser de R$ 4,3 bilhões em 2027, R$ 6,1 bilhões em 2028 e R$ 8 bilhões em 2029, com compensação via aumento de arrecadação sobre investimentos financeiros e ativos virtuais, segundo o parecer.
Outro ponto que passou por ajuste é a estabilidade no emprego. O texto original garantia ao pai 30 dias de estabilidade após o retorno da licença. No novo parecer, essa proteção foi substituída por uma indenização equivalente ao período, permitindo a demissão, mas preservando o direito à compensação financeira.
— Essa casa escuta o clamor das mulheres que desejam ter a presença de seus maridos no nascimento dos filhos e a divisão dos trabalhos — disse Campos.
Se aprovada na próxima semana, a proposta seguirá para o Senado Federal.
Principais pontos do relatório:
	•	Licença ampliada gradualmente de 10 para 30 dias até 2031;
	•	Salário-paternidade custeado pelo INSS, com compensação às empresas;
	•	Impacto fiscal reduzido de R$ 11 bi para R$ 6,5 bi;
	•	Estabilidade substituída por indenização em caso de demissão;
	•	Extensão de 120 dias para pais em caso de falecimento da mãe;
	•	Possibilidade de parcelar o afastamento até 180 dias após o nascimento.
Fonte original: abrir
 
                 
                 
                 
                 
                 
                 
                