 
        Telescópio da Nasa flagra possível 'fábrica de luas' a 625 anos-luz da Terra; entenda
Em meio ao espaço sideral, o Telescópio Espacial James Webb capturou algo que pode ser descrito como uma “maternidade cósmica”. A mais nova imagem divulgada pela Nasa revela uma possível “fábrica de luas” em funcionamento a mais de 625 anos-luz da Terra, ao redor do exoplaneta CT Cha b. O estudo com os resultados dessa descoberta foi publicado nesta quarta-feira (29) na revista The Astrophysical Journal Letters.
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O disco de poeira e gás que envolve o planeta — rico em carbono — pode oferecer pistas valiosas sobre as origens de luas e planetas em sistemas solares jovens. Embora nenhuma lua tenha sido identificada até o momento, os cientistas destacam que o material presente nessa estrutura é semelhante ao que deu origem a corpos como as luas de Júpiter, há bilhões de anos.
Um passo para entender a formação dos planetas e luas
“Podemos ver evidências do disco ao redor do exoplaneta e estudar a química pela primeira vez. Não estamos apenas testemunhando a formação de uma lua — também estamos testemunhando a formação de um planeta”, afirmou Sierra Grant, coautora do estudo e pesquisadora do Instituto Carnegie para a Ciência, em Washington. Para Gabriele Cugno, da Universidade de Zurique, os dados mostram “qual material está se acumulando para construir o planeta e suas possíveis luas”.
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O James Webb utilizou o Instrumento de Infravermelho Médio (MIRI) e um espectrógrafo de resolução média para analisar o CT Cha b. As observações revelaram sete moléculas com carbono, entre elas acetileno (C₂H₂) e benzeno (C₆H₆). Essa composição contrasta fortemente com a do disco da estrela hospedeira, que contém água, mas praticamente nenhum carbono — uma diferença que, segundo os pesquisadores, evidencia a rapidez com que ambientes cósmicos podem evoluir.
Nosso próprio Sistema Solar oferece uma pista desse processo. Há cerca de 4 bilhões de anos, as maiores luas de Júpiter também teriam surgido a partir de um disco semelhante de poeira e gás. Agora, ao observar o CT Cha b, os astrônomos esperam compreender melhor como essas formações se repetem em outras partes da galáxia.
“Vimos moléculas na localização do planeta e sabíamos que havia algo ali que valia a pena investigar”, relatou Grant. “Foi preciso um ano inteiro de análises e muita perseverança, mas estamos começando a entender como nasce um mundo.”
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