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Brasil busca alinhar posições na Pré-COP antes da conferência do clima em Belém

13/10/2025 12:37 O Globo - Rio/Política RJ

A menos de um mês da conferência mundial sobre o clima, a COP30, que será realizada em novembro, em Belém (PA), ministros e especialistas se reúnem hoje e terça-feira, em Brasília, para alinhar posições e definir prioridades que garantam a aprovação de medidas concretas no evento.
Entre os principais desafios, o governo brasileiro busca apoio para a liberação de US$ 1,3 trilhão por ano até 2035 e para a aceleração da entrega das Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) — metas assumidas pelos países no âmbito do Acordo de Paris, firmado em 2015 com o objetivo de limitar o aumento da temperatura global a menos de 2 °C em relação aos níveis pré-industriais.
Segundo interlocutores do governo envolvidos nas negociações, a Pré-COP30, como é chamada a reunião de Brasília, que reúne representantes de mais de 80 países, representa mais um teste diplomático e de articulação política para o Brasil. Não estão previstos acordos formais ou anúncios de novas metas, mas sim a construção de entendimentos prévios que facilitem as negociações em Belém.
Para o Brasil, o pano de fundo da Pré-COP é a defesa da ampliação do financiamento climático e a revisão das metas globais de redução de emissões, com números mais ambiciosos. Até o momento, apenas 62 dos 196 países signatários da ONU apresentaram novas NDCs.
O evento em Belém também tem forte valor simbólico, por marcar o retorno da Amazônia ao centro da diplomacia ambiental brasileira. O discurso do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva reforça a ideia de que a floresta é peça-chave na estratégia global de contenção do aquecimento do planeta.
A expectativa, segundo auxiliares de Lula, é que o encontro ajude a consolidar a imagem do Brasil como mediador confiável e liderança propositiva em um cenário internacional cada vez mais fragmentado, no qual a transição verde é ao mesmo tempo desafio climático e disputa econômica.
O evento será aberto pelo vice-presidente Geraldo Alckmin e pelo presidente da COP30, embaixador André Corrêa do Lago. Ao longo do dia, é esperada a presença dos ministros Fernando Haddad (Fazenda) e Marina Silva (Meio Ambiente e Mudança do Clima), além de representantes do Itamaraty.
A participação de Haddad e Alckmin evidencia o esforço do governo em integrar a agenda climática à econômica, destacando oportunidades de investimento em energia limpa, reindustrialização verde e financiamento da transição ecológica.
A presidência brasileira da COP30 coordena ainda a elaboração de cerca de cem planos temáticos, que servirão como guia para investimentos privados verdes em áreas como transição energética, adaptação urbana e mitigação dos efeitos do aquecimento global. Os resultados desses planos devem ser apresentados até 2028

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