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Prisioneiros palestinos são libertados e recebidos por multidões em Gaza e na Cisjordânia

13/10/2025 13:40 O Globo - Rio/Política RJ

As autoridades israelenses anunciaram nesta segunda-feira terem terminado de libertar e entregar os 1.968 prisioneiros palestinos beneficiados pelo acordo de cessar-fogo de Israel com o Hamas, que, em troca, devolveu os 20 reféns sobreviventes dos ataques de 7 de outubro de 2023 que ainda estavam em cativeiro. Os prisioneiros palestinos foram libertados na Cisjordânia, Jerusalém Oriental e na Faixa de Gaza.
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Na cidade de Beitunia, na Cisjordânia, dois ônibus com os prisioneiros palestinos foram recebidos sob comemorações de centenas. Com cabeças raspadas e fazendo sinais de vitória com as mãos, os homens libertados foram erguidos pela multidão, descreve a agência Associated Press.
— Foi uma jornada indescritível de sofrimento, fome, tratamento injusto, opressão, tortura e maldições, mais do que qualquer coisa que você possa imaginar —, disse Kamal Abu Shanab, de 51 anos, um dos detentos ligados ao Fatah solto nesta segunda-feira.
Também na Cisjordânia, na cidade Ramallah, cerca de cem prisioneiros chegaram em veículos da Cruz Vermelha, entidade que ficou responsável por intermediar as libertações em ambos os lados, sob gritos de alegria de familiares, segundo a emissora britânica BBC.
— Ele parece um cadáver. Mas vamos trazê-lo de volta à vida — disse um parente de Saber Masalma, um integrante do Fatah preso desde 2002 e libertado na Cisjordânia.
No sul da Faixa de Gaza, em Khan Younis, centenas de pessoas receberam os palestinos libertados, que acenavam para a multidão enquanto atravessavam a cidade:
— Não consigo falar direito porque estou cheio de alegria — disse Yasser Abu Azzoum, pai de Mohammed, de 23 anos, um dos prisioneiros libertados, ao canal de televisão Al Jazeera.
Segundo a AP, o governo israelense avisou aos moradores da Cisjordânia para não celebrarem a libertação dos prisioneiros, alerta feito também em outras ocasiões similares. Em bairros onde familiares de detidos residem, foram distribuídos panfletos com o aviso de que "qualquer pessoa que participe em tais atividades expõe-se a punição e prisão".
Como parte do acordo de cessar-fogo, Israel se comprometeu a libertar 250 prisioneiros palestinos condenados a penas de prisão perpétua e outros 1.700 presos na Faixa de Gaza durante o conflito iniciado há dois anos.
Veja a seguir a divisão partidária detalhada dos prisioneiros incluídos na relação:
159 são do Fatah;
63 do Hamas;
16 da Jihad Islâmica Palestina;
12 da Frente Popular para a Libertação da Palestina ou sem filiação política.
Entre os palestinos condenados à prisão perpétua, cinco deveriam ser libertados em Jerusalém Oriental, 100 na Cisjordânia e 145 seriam deportados, segundo a Rádio do Exército de Israel. Na lista de presos, divulgada pelo Ministério da Justiça, a rede britânica BBC identificou três nomes relevantes:
Iyad Abu al-Roub, de 51 anos, acusado de liderar a Jihad Islâmica na região de Jenin, na Cisjordânia ocupada, e de se envolver em vários ações terroristas, incluindo um atentado suicida em 2005 na cidade israelense de Hadera. Ele está preso desde novembro de 2005.
Muhammad Abu al-Roub, jovem de 26 anos que foi detido e encarcerado em 2017 pelo esfaqueamento fatal de Reuven Shmerling, de 70 anos, em Kfar Qasim, Israel.
Mahmoud Issa, homem de 57 anos ligado ao Hamas, preso em 1993 por seu papel no assassinato do policial de fronteira israelense Nissim Toledano, em Lod, em 1992.
O militante Mahmoud Qawasmeh, membro sênior do grupo terrorista, preso novamente em 2024, também deveria ser libertado — assim como Baher Bader, integrante do Hamas condenado por ataques em 2004 que deixaram 18 mortos, e Muhammad Zakarneh, condenado por planejar o assassinato de um motorista de táxi em 2009.

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