50 anos da morte de Vladimir Herzog: documentário, podcast e IA preservam legado do jornalista
<p><strong>SÃO PAULO</strong> – Há 50 anos, o jornalista Vladimir Herzog, diretor de Jornalismo da TV Cultura, foi preso e morto pelo DOI-Codi, órgão de repressão da ditadura militar, em 25 de outubro de 1975. O caso se tornou símbolo da resistência à repressão e da luta pela democracia no Brasil.</p><p>Para marcar o marco histórico, a TV Cultura lança neste sábado (25) o documentário “A Vida de Vlado – 50 anos do Caso Herzog”, exibido a partir das 23h, com materiais inéditos sobre sua trajetória, a família e o legado preservado pelo Instituto Vladimir Herzog (IVH).</p><p>Na sexta-feira (24), a produção foi apresentada na 49ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, com pôster que traz foto inédita de Herzog com a esposa e os filhos, dias antes da morte. Segundo a diretora de Jornalismo da TV Cultura, Marília Assef, o documentário reúne fotos, slides e entrevistas inéditas, incluindo registros do culto ecumênico na Catedral da Sé e do descerramento do túmulo de Herzog.</p><h3>Podcast revela farsa da versão oficial</h3><p>O podcast “O Caso Herzog: A Foto e a Farsa”, apresentado por Camilo Vannuchi, analisa a manipulação da imagem do corpo de Herzog, simulando um suicídio, além de contextualizar o Brasil da ditadura e suas marcas atuais. O jornalista destaca inconsistências como a altura de Herzog em relação à janela e a ausência de cintos nas celas, reforçando a versão de assassinato.</p><h3>Inteligência artificial preserva voz de Herzog</h3><p>O jornalista Paulo Markun, amigo de Herzog, desenvolveu uma ferramenta de IA que utiliza textos, reportagens e cartas do jornalista para criar um avatar capaz de responder perguntas com a voz de Vlado, permitindo que seu legado seja transmitido a novas gerações. A plataforma será apresentada nos dias 30 e 31 de outubro no Sesc-SP.</p><p>Markun ressalta que as iniciativas reforçam valores como respeito ao voto popular, direitos humanos e liberdade de expressão, elementos fundamentais na resistência à ditadura.</p><h3>Memória e resistência democrática</h3><p>Em 31 de outubro de 1975, mais de 8 mil pessoas participaram de ato na Catedral da Sé, conduzido por líderes religiosos como o cardeal Paulo Evaristo Arns, o rabino Henry Sobel e o reverendo Jaime Wright, com apoio do jornalista Audálio Dantas. O evento simbolizou a união de diferentes setores da sociedade em defesa da democracia e influenciou movimentos políticos subsequentes, incluindo a campanha das Diretas Já e a eleição de Tancredo Neves em 1985.</p><p>O legado de Herzog continua sendo referência na luta pela liberdade de expressão e pelos direitos humanos no Brasil, preservado por produções culturais, pesquisa histórica e tecnologias inovadoras.</p>
Fonte original: abrir