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VLT ou VLP? Entenda as diferenças entre os dois sistemas cotados pra substituir o BRT no Rio

28/10/2025 10:01 O Globo - Rio/Política RJ

A Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro aprovou de forma definitiva, na quinta-feira passada (23), o Projeto de Lei Complementar nº 56/2025, que permite a conversão dos corredores de BRT Transcarioca e Transoeste em pistas pra Veículos Leves sobre Trilhos (VLT), Veículos Leves sobre Pneus (VLP) ou tecnologia similar. A proposta agora segue para apreciação do prefeito Eduardo Paes, que deverá sancioná-la, já que foi o próprio Poder Executivo que a enviou.
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O governo avalia os modelos disponíveis de veículos leves para escolher o que será adotado no Rio. As duas possibilidades mais cogitadas têm operação semelhante, mas trazem também diferenças importantes na implementação e na eficiência. Como pontuado no documento assinado pelo prefeito e enviado à Câmara, um VLT é capaz de carregar até quatro vezes mais passageiros do que um ônibus de BRT, e o VLP tem capacidade similar. Outro ponto importante destacado pela secretária de Transportes, Maína Celidonio, e pelo secretário de Desenvolvimento Econômico, Osmar Lima, que cuida dessas concessões, é a vida útil dos carros.
— Temos um BRT que funciona maravilhosamente bem. Não podemos estragar o que está funcionando. Mas o (ônibus do) BRT tem uma vida útil de dez anos. Não podemos ficar parados, esperando o que fazer. Já concluímos o estudo do VLT. Agora estamos fazendo o estudo do VLP e então vamos comparar os dois — explica Lima. — O VLT tem um custo muito alto e adaptações importantes, como colocar trilhos e adaptar as estações. Então analisamos outras opções que podem ser de custo-benefício melhor. Neste momento, estudamos que tipo de ajuste a gente precisa fazer, qual o nível de investimento, quais os benefícios, e como ele se compara com o sistema atual.
VLT ( Veículo Leve sobre Trilhos) no Centro da cidade
Custodio Coimbra
O sistema VLT
O VLT foi implementado no Rio para os Jogos Olímpicos de 2016 e funciona na região central da cidade. A empresa Alstom, que fabrica os trens, tem diferentes modelos, incluindo um com zero emissão de carbono durante o deslocamento. Ele é movido a eletricidade e carregado pelo próprio trilho, na versão carioca, mas também há versões em que a composição recebe energia por um cabo que fica acima do veículo. Além das vias expressas Transoeste e Transcarioca, no projeto de expansão do modelo, a prefeitura também prevê levá-lo até os bairros de São Cristóvão, Botafogo e Ilha do Governador.
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No Centro, o VLT opera com o próprio passageiro validando a sua passagem. Fiscais conferem se o bilhete foi descontado durante as viagens, modelo que também existe em outros lugares do mundo.
— No início, havia dúvidas sobre a implantação do VLT no Centro. Hoje, ele opera bem, inclusive com a validação dos cartões de maneira autônoma, sem ninguém para operar, é mais tranquilo de se fazer. Existia uma preocupação de as pessoas não pagarem a passagem, mas pagam hoje, há pouca evasão. Acredito que isso pode trazer pessoas para o transporte público. Porque terão um sistema confiável e agradável— avalia Glaydston Ribeiro, professor do Programa de Engenharia de Transportes da Coppe/UFRJ.
A empresa opera com estes modelos em diferentes cidades da Europa, como Frankfurt (Alemanha), Blackpool (Reino Unido), Viena (Áustria), Angers (França) e Atenas (Grécia), e também em cidades da Ásia, como Dubai (Emirados Árabes Unidos) e Lusail (Catar).
Modelo de VLP de empresa chinesa CRRC
Reprodução/CGTN
A possibilidade VLP
Normalmente, o Veículo Leve Sobre Pneus (VLP) parece mais uma composição de trem do que de um ônibus. Portanto, a depender do modelo adotado, ele terá uma capacidade próxima à do trem de VLT e também poderá exigir adaptações nas estações. Como o VLT, o VLP é articulado, mas idealmente operado em corredores onde não é preciso fazer curvas ou trocar de faixa.
Uma equipe da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, responsável pela Companhia Carioca de Parcerias e Investimentos (CCPar), que cuida das concessões na cidade, esteve em fábricas de veículos deste tipo na China. Por lá, ele é usado há quase 20 anos em cidades como Tianjin e Xangai. O VLP também é usado na França, mas algumas cidades trocaram esta tecnologia pelo VLT, como é o caso de Caen.
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No Brasil, o sistema de VLP também já existe em algumas cidades. São José dos Campos, no interior de São Paulo, implementou o sistema e já tem toda a sua frota movida a energia elétrica. Mas os veículos da cidade são mais parecidos com ônibus articulados, contando com dois vagões, normalmente. Há versões de VLP em que se p

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