Exército do Sudão acusa grupo paramilitar de executar 2 mil civis em dois dias
As Forças Conjuntas, coalizão de grupos armados aliados ao Exército do Sudão, acusaram nesta terça-feira o grupo paramilitar Forças de Apoio Rápido (FAR, na sigla em inglês) — em guerra desde 2023 — de terem "executado mais de 2 mil civis desarmados" na cidade de El Fasher, no oeste do país, em apenas dois dias.
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"[O grupo paramilitar] cometeu crimes atrozes contra civis inocentes na cidade de El Fasher, onde mais de 2 mil cidadãos desarmados foram executados e mortos nos dias 26 e 27 de outubro, principalmente mulheres, crianças e idosos", afirma o comunicado.
Desde abril de 2023, o Sudão tem sido palco de uma guerra por procuração entre o general Abdel Fattah al-Burhan, comandante do Exército e líder de fato do país desde o golpe de 2021, e o general Mohamed Daglo, chefe das FAR.
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As Nações Unidas alertaram na segunda-feira para o "risco crescente de atrocidades com motivação étnica", após alertas emitidos por vários observadores independentes.
As FAR anunciaram no domingo que assumiram o controle total de El Fasher, a última grande cidade na vasta região ocidental de Darfur que não estava em suas mãos, o que pode marcar um ponto de virada na guerra civil.
Um relatório do Laboratório de Pesquisa Humanitária (HRL) da Universidade de Yale, apoiado por imagens de vídeo e satélite, documenta "execuções em massa" após a captura da cidade.
O conflito no Sudão deixou dezenas de milhares de mortos e levou ao que a ONU chama de "a pior crise humanitária do mundo".
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