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Trump diz que 'não quer perder tempo' com reunião com Putin se não houver acordo à vista sobre Ucrânia

25/10/2025 20:08 O Globo - Rio/Política RJ

O presidente dos EUA, Donald Trump, disse neste sábado que “não quer perder tempo” com uma nova reunião com o líder russo, Vladimir Putin, caso não veja a perspectiva de um acordo para a guerra na Ucrânia. Depois de anunciar uma cúpula, na semana passada, o americano cancelou um encontro com Putin, previsto para Budapeste, e aplicou sanções econômicas contra duas petrolíferas russas, em mais um sinal de impaciência com Moscou.
—Terei que saber que chegaremos a um acordo. Não vou perder meu tempo — disse Trump a bordo do Air Force One, enquanto se dirigia à Ásia. — Sempre tive uma ótima relação com Vladimir Putin, mas isso tem sido muito decepcionante.
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Os dois líderes se encontraram pela última vez em agosto, no Alasca, quando Trump esperava sair com ao menos um cessar-fogo temporário que ajudasse a consolidar sua imagem de “pacificador”. Contudo, ele saiu sem compromissos dos russos, que aproveitaram o encontro para confirmar a retomada do diálogo entre as duas maiores potências nucleares do planeta, abalado pela guerra, e para Putin mostrar ao Ocidente que não estava exatamente isolado no cenário externo.
Os meses se seguiram, as iniciativas da Casa Branca para dar início às negociações não surtiram efeito e a guerra continuou a todo vapor na Ucrânia, com ofensivas terrestres e violentos ataques aéreos contra as cidades do país. Ao mesmo tempo, Kiev intensificou a pressão por novos armamentos, que pudessem causar mais dano a Moscou, e os parceiros ocidentais dos EUA elevaram o tom dos pedidos por sanções mais duras aos russos.
Na semana passada, Trump conversou por mais de duas horas com Putin, e ambos concordaram com uma reunião bilateral em Budapeste, em data a ser definida. Trump também se reuniu com o líder ucraniano, Volodymyr Zelensky, na Casa Branca, quando negou um pedido por mísseis de cruzeiro Tomahawk, e pressionou por um plano que pausasse os combates nas atuais linhas de frente.
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Mas as conversas preparatórias mostraram que Moscou não quer um cessar-fogo sem um acordo de paz, e o republicano perdeu a paciência. Primeiro ele suspendeu a reunião, e depois a cancelou até segunda ordem. Em um passo ainda mais ousado (e inédito), aplicou sanções contra as duas maiores empresas petrolíferas russas, a Rosneft e a Lukoil, responsáveis por quase metade da extração de petróleo do país.
Apesar do Kremlin afirmar que as medidas serão absorvidas sem problemas, o próprio Putin reconheceu que haverá problemas, mesmo que pequenos: alguns compradores do petróleo russo, como a Índia, já começam a buscar alternativas no mercado internacional.
Na sexta-feira, em entrevista à rede americana CNN, o principal negociador econômico do Kremlin, Kirill Dmitriev, disse acreditar que Putin e Trump devem se encontrar em breve, e que Rússia, EUA e Ucrânia estão perto de um acordo, sem dar detalhes. A imprensa dos EUA afirmou que Dmitriev, que está nos EUA, deve se encontrar neste sábado com o emissário americano Steve Witkoff em Miami, mas o russo não confirmou o encontro.

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