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Maduro pede à Justiça venezuelana que retire nacionalidade do líder da oposição por apoiar 'pressão' dos EUA sobre o país

25/10/2025 18:01 O Globo - Rio/Política RJ

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, pediu ao Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) que revogue a nacionalidade do líder da oposição, Leopoldo López, acusando-o de ter feito um “apelo grotesco, criminoso e ilegal à invasão militar” do país. A informação foi revelada pela vice-presidente Delcy Rodríguez neste sábado, no mesmo dia em que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que seu governo está "impedindo praticamente toda a entrada de drogas por mar e vamos impedir toda a entrada por terra muito em breve" — uma sinalização de possível ação militar dentro do território venezuelano.
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Maduro entrou com um recurso no TSJ para "remover a nacionalidade de López por promover permanentemente o bloqueio econômico e apelar ao assassinato em massa de venezuelanos, em cumplicidade com governos estrangeiros e inimigos".
Segundo o ministro de Minas e Hidrocarbonetos da Venezuela, o Ministério das Relações Exteriores e o Serviço de Identificação, Imigração e Estrangeiros "irão proceder imediatamente, de acordo com os procedimentos pertinentes, ao cancelamento do passaporte " do líder da oposição, que está exilado na Espanha.
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— O Estado venezuelano tem recursos suficientes para garantir a integridade territorial e a soberania da República contra potências estrangeiras e aqueles que buscam minar a independência nacional — disse o ministro.
Já o ministro da Defesa venezuelano, Vladimir Padrino López, afirmou que qualquer operação da CIA contra seu país "fracassou". O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, autorizou a CIA a conduzir operações secretas na Venezuela e anunciou, na sexta-feira, o envio de porta-aviões para as águas da América do Sul, um dia após indicar o início de manobras conjuntas com Trinidad e Tobago, país caribenho localizado a poucos quilômetros do litoral venezuelano.
A vice-presidente explicou que o pedido de Maduro foi feito com base no Artigo 130 da Constituição, que estabelece que os venezuelanos "têm o dever de honrar e defender a pátria, seus símbolos e valores culturais; salvaguardar e proteger a soberania, a nacionalidade, a integridade territorial, a autodeterminação e os interesses da nação".
Rodriguez acrescentou que a " Lei Orgânica Simón Bolívar Libertador ", aprovada em novembro do ano passado, estabelece penas como prisão, multas ou inabilitação política para indivíduos que promovam ou estejam envolvidos de alguma forma em sanções estrangeiras.
A Constituição, porém, também estabelece, no artigo 35, que os venezuelanos “por nascimento não poderão ser privados de sua nacionalidade” e que esta “nacionalidade somente poderá ser revogada por decisão judicial, nos termos da lei”.
Leopoldo López: "Avançar dentro do território"
A ação de Maduro aconteceu depois que Leopoldo López afirmou que as negociações não são mais úteis para alcançar uma mudança política em seu país e que vê a solução na "pressão" dos EUA, que mantém um destacamento militar no Caribe, perto das águas venezuelanas, o que Caracas denuncia como uma "ameaça" para provocar uma " mudança de regime". López afirmou que até apoia um ataque de Washington em solo venezuelano para derrubar Maduro.
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Em entrevista à agência EFE, o líder da oposição apoiou a mobilização naval dos EUA e afirmou que, em sua opinião, eles deveriam "avançar em direção a objetivos dentro do território nacional". Essas declarações foram, posteriormente, rejeitadas pelas principais autoridades das Forças Armadas da Venezuela.
Neste sábado, López reagiu ao recurso de Maduro, dizendo ser o “primeiro cidadão nascido na Venezuela” que o presidente tenta “despojar de sua identidade nacional”. O opositor afirmou que seu “crime” é dizer o que “milhões de venezuelanos pensam” após o suposto “roubo da eleição de 2024”: que “todos os caminhos devem ser seguidos para acabar com a ditadura”.
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López reiterou seu apoio à mobilização dos Estados Unidos contra o chamado “Cartel dos Sóis” e defendeu “ações militares em território nacional” para desmantelar o grupo, além de “fazer todo o necessário — de forma legítima e pacífica — para avançar rumo a uma transição democrática”.
— Seremos capazes de retirar a nacionalidade do ditador colombiano Nicolás Maduro — disse. — Maduro pode tentar tirar minha nacionalidade, mas nunca poderá tirar o que eu sou: um venezuelano livre.
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