Saiba quem é Caipira, alvo de operação contra alta cúpula do PCC em São Paulo
A operação que mira a alta cúpula do Primeiro Comando da Capital (PCC) deflagrada nesta quinta-feira, em São Paulo, busca cumprir um mandado de prisão contra Álvaro Daniel Roberto, conhecido como Caipira. Acusado de comandar um núcleo que enviava cocaína para a Europa usando rotas que partiam do Paraguai, Bolívia e Peru, ele é um dos homens mais procurados no país. Além de Caipira, entre os alvos estão alguns dos traficantes mais procurados do país, como Sérgio Luiz de Freitas Filho, conhecido pelo apelido de Mijão, e os seus filhos; e Eduardo Magrini, o Diabo Loiro.
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Caipira foi denunciado junto com outras 20 pessoas acusadas de tráfico internacional de drogas e associação para o financiamento ao tráfico. Ele controlava o envio de entorpecentes a partir de São Paulo. Foi preso em 2013 em Fortaleza (CE), mas obteve transferência para Juiz de Fora (MG).
O investigado fugiu da prisão em 2014. Hoje, o mandado de prisão contra ele não foi cumprido nas primeiras horas da manhã. De acordo com a polícia, Caipira, que já teve ligações com o megatraficante Juan Carlos Abadia, não foi localizado.
Troca de tiros
Segundo a Polícia Militar, uma pessoa foi morta e um policial ficou ferido durante a operação. Foram expedidos 9 mandados de prisão preventiva e 11 mandados de busca e apreensão. A Justiça também autorizou o bloqueio de 12 imóveis de luxo e dos valores existentes nas contas bancárias dos envolvidos.
A ação desta quinta-feira é um desdobramento de outras duas operações: a Linha Vermelha e a Pronta Resposta. A primeira mirava crimes de organização criminosa armada, tráfico de drogas e lavagem de dinheiro de nomes ligados ao PCC. Já a segunda revelou um plano da facção para matar o promotor Amauri Silveira Filho, do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco).
Segundo o MP, o material coletado em ambas as operações levou aos promotores a detectarem "sólidas conexões entre conhecidos traficantes, integrantes do PCC e empresários". "Essas conexões revelaram diversas transações econômicas nas quais a origem criminosa dos valores negociados havia sido ocultada ou dissimulada pelos envolvidos", diz o MP.
No entanto, após as operações Linha Vermelha e Pronta Resposta, começaram a surgir desavenças entre os integrantes do grupo. Nesse momento, novas transações imobiliárias e financeiras começaram a serem feitas para "dissipar seu patrimônio e a ocultar os verdadeiros beneficiários" do dinheiro. O esquema de lavagem de dinheiro foi, contudo, identificado pelas autoridades.
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