
Por que Matheus Cunha sai na frente na briga pela camisa 9 e o que isso diz sobre a posição na seleção de Ancelotti
Apesar da diferença no nível técnico em relação ao Brasil, os amistosos contra Coreia do Sul e Japão — adversário desta terça, às 07h30 (de Brasília) — são importantes para o técnico Carlo Ancelotti ajustar a engrenagem do esquema com quatro atacantes. No último jogo, eles foram o grande destaque, com Rodrygo, Estêvão e Vini Jr liderando os 5 a 0. Embora tenha brilhado menos, Matheus Cunha mais uma vez se mostrou útil. Uma atuação que resume a forma como ele tem ganhado pontos com o italiano: com discrição e eficiência.
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A posição de centroavante é uma daquelas em que a disputa por vaga está mais aberta na seleção. Mas é justo dizer que Cunha está na frente nesta corrida. Dos nomes testados por Ancelotti nestes cinco jogos desde que assumiu o comando, o atacante do Manchester United foi aquele que deu a contribuição mais relevante até aqui.
Cunha já foi a campo três vezes pela seleção de Ancelotti, sendo duas como titular. Embora não tenha marcado gols, já deu duas assistências nestes 185 minutos. Ele ainda registra 51 passes certos e um decisivo, de acordo com a plataforma Sofascore.
O bom começo no Chelsea, com papel de destaque na conquista do Mundial de Clubes da Fifa, jogou os holofotes para cima de João Pedro e deu a impressão de que ele iria ganhar a posição. Mas a verdade é que, apesar de badalada, sua presença na seleção na data Fifa de setembro não correspondeu às expectativas.
O centroavante do Chelsea jogou duas partidas com Ancelotti, sendo uma delas como titular. Nos 100 minutos com a Amarelinha, João Pedro não balançou as redes e não deu assistência. Contabilizou 15 passes certos e um decisivo. Até pelo recorte pequeno, não se pode dizer que ele não tem chances de ser titular na Copa. Mas é fato que não aproveitou a oportunidade recebida.
Ao justificar sua ausência da última convocação, o técnico italiano alegou problema médico. Mas João Pedro seguiu atuando normalmente pelo Chelsea.
É inegável que Ancelotti tem sido muito mais paciente com Richarlison. Foi o único camisa 9 a estar presente em todas as suas três convocações e a ser utilizado nas cinco partidas, sendo em duas como titular. Mas seus números são modestos: o atacante do Tottenham deu 20 passes certos e um decisivo em 159 minutos em campo.
Neste período, Ancelotti ainda chegou a dar alguns minutos para Kaio Jorge, do Cruzeiro, e Igor Jesus, do Nottingham Forest, que pode voltar a campo amanhã, contra o Japão. Mas, neste momento, é no trio formado por Cunha, João Pedro e Richarlison que a briga está concentrada. Chama a atenção, contudo, o baixo número de finalizações de cada um. Enquanto os dois últimos não acertaram nenhum chute na direção do gol nestes últimos jogos pela seleção, o atacante do United possui apenas uma conclusão certa.
Embora se espere mais de um centroavante, esses números dizem mais sobre a forma como a seleção é dirigida pelo italiano do que sobre o potencial de conclusão destes jogadores. Cunha está longe de ser um centroavante clássico. Entre suas principais características estão a movimentação e a capacidade de participar da armação de jogadas. Não à toa é o líder em assistências da era Ancelotti.
— É muito importante saber como sair jogando, se você tem bom controle e se não há problemas na saída desde a retaguarda. É evidente que o Cunha, como atacante, ajuda bastante na saída de bola, é muito móvel e não fixa a posição dos adversários. E quando a equipe adversária pressiona intensamente o zagueiro ou a linha defensiva, a posição de Cunha torna-se ainda mais relevante — elogiou Ancelotti após a goleada sobre os sul-coreanos, deixando claro que é isso que ele espera do jogador.
Para finalizar, a seleção conta com outras peças. Após cinco jogos, os líderes em conclusões do Brasil são Estêvão, Vini Jr e Raphinha, cada um com cinco. Rodrygo, com quatro em apenas uma partida, também já mostrou que irá assumir esta função.
Por outro lado, Cunha tem contribuído também defensivamente. Por mais de uma vez, Ancelotti já afirmou que, com quatro atacantes em campo, precisa mais do que nunca que a marcação comece na pressão exercida pelos homens de frente. É a forma de compensar o fato de o time só contar com dois meio-campistas.
E o atacante do United também é quem mais se destaca neste sentido. Ele registra quatro desarmes contra um de Richarlison e nenhum de João Pedro.
Antes da viagem para Tóquio, Ancelotti indicou no treino de ontem que deve manter a seleção com quatro atacantes. Não apenas o sistema, mas também as mesmas peças. Na última atividade em solo sul-coreano, o time voltou a treinar com os mesmos atacantes. A única mudança, na verdade, foi no gol. O que já era esperado, dado que ele já havia anunciado que Hugo Souza receberia uma chance contra os japoneses.
De acordo com o ge, Estêvão foi diagnosticado com um quadro de gripe. Em princípio, i
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