
BYD no Rio: projeto de R$ 30 milhões prevê até construção de pista para avaliar veículos
A montadora chinesa BYD terá um centro de pesquisas no Rio de Janeiro voltado para o desenvolvimento de automóveis autônomos, que rodam sem a necessidade de motoristas. O laboratório, que contará inclusive com uma pista de testes que se assemelha a um miniautódromo, ficará num terreno do Aeroporto Internacional Tom Jobim/Galeão. O anúncio foi feito pelo presidente internacional da BYD, Wang Chuanfu, e pelo prefeito Eduardo Paes, no último sábado, no Palácio da Cidade, em Botafogo.
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O complexo terá 183,8 mil metros quadrados com acesso pela Avenida Rio de Janeiro. Ao lado do prédio de escritórios, será construída uma pista de testes, projetada com nove curvas. Será montada ainda uma espécie de showroom, com cerca de 1,5 mil metros quadrados para que visitantes conheçam os carros fabricados pela montadora.
A ideia é que esse showroom tenha de cinco a sete modelos por dia. Em parte da área será construída uma espécie de piscina para simular a circulação dos automóveis em caso de chuvas, com a água chegando ao capô da linha de luxo da montadora (séries Yangwang). Passarelas cobertas serão instaladas para que os técnicos e convidados possam observar os testes de desempenho.
Em outra parte do complexo, será possível simular o desempenho do carro por estradas não asfaltadas. O custo do projeto chega a 38,6 milhões de yuans, ou cerca de R$ 30 milhões.
— Toda a parte de pesquisa e desenvolvimento de veículos autônomos será aqui no Rio de Janeiro. O investimento é totalmente privado. Esse é um namoro antigo. Aquela área fica próxima a instituições de qualidade como a Coppe e o Parque Tecnológico do Fundão. E faz parte de uma estratégia para revitalizar e desenvolver o Galeão — disse Paes.
Mudança de planos
Além do centro de pesquisas, a montadora estuda implantar um segundo showroom, provavelmente na Ilha do Governador. Lá seria apresentado o modelo Denza, a linha de luxo de utilitários esportivos (SUVs).
Em 2023, a montadora chegou a anunciar que o centro de pesquisas seria instalado em Salvador. Mas, em março deste ano, durante uma aula inaugural na Coppe/UFRJ, Paes disse ter aberto negociações com a empresa para o projeto ser realizado no Rio. Entre 2017 e 2020, quando deixou a Prefeitura, Paes trabalhou como representante da BYD na América Latina.
Combustível flex
De acordo com Stella Li, vice-presidente para o mercado internacional da BYD, além do centro de pesquisas, a montadora também terá uma área voltada para o desenvolvimento de combustível flex para a indústria brasileira. A executiva não divulgou o prazo para abrir o centro de pesquisa.
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— Ele (o prefeito) conhece nossa tecnologia. E nos convenceu a trazer todos os centros de Pesquisa & Desenvolvimento para cá. Assim, otimizaremos o Rio com a BYD, um dos lugares mais importantes para pesquisa e desenvolvimento.
Na quinta-feira, a montadora já havia inaugurado sua primeira fábrica de carros elétricos no Brasil, em Camaçari, na Região Metropolitana de Salvador (BA). O investimento foi de R$ 5,5 bilhões. Ela deve produzir até 600 mil automóveis por ano, tendo como um dos principais mercados a exportação para outros países da América Latina. A fábrica brasileira é a maior da montadora fora de um país asiático.
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