
Jader Almeida comemora 20 anos de trajetória com mostra na CasaCor Rio
Jader Almeida é um ponto fora da curva no mundo do design. Seu encontro com a criação veio mais tarde, depois de um começo no chão de fábrica. Agora, comemorando 20 anos de carreira, celebra uma trajetória equilibrada entre técnica e criatividade.
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“Jader tem uma carreira singular. Durante quase uma década, trabalhou organizando processos em fábricas de móveis. Só depois se aventurou pelo design”, comenta a crítica e curadora de design Adélia Borges.
Jader no seu escritório: estética atemporal no radar
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Desde que se uniu aos irmãos Claudio e João Frank, na Sollos, em 2004, e passou a produzir seus próprios desenhos, o arquiteto deu vida a 820 peças — entre cadeiras, mesas, luminárias, objetos e até joias. Esse portfólio já foi brindado com mais de 100 prêmios importantes, como o IF, o Red Dot, o IDA e o Museu da Casa Brasileira. Caso do cabideiro Loose, da cadeira Clad e da cadeira Bossa.
“É o detalhe que constrói o todo. Um milímetro muda tudo. É a delicadeza que faz a magia, não o espectro total”, afirma Jader.
A cadeira Clad é uma das peças premiadas do designer catarinense
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Os trabalhos atraíram famosos e arquitetos, caso da carioca Bel Lobo: “Uma peça do Jader é sempre um clássico, mesmo que ele tenha acabado de inventar.”
Aos 44 anos, o designer catarinense consolida, com sua linguagem, uma proposta de morar que envolve estética atemporal, construção impecável e influência modernista. Tinha 20 anos quando visitou uma exposição sobre Joaquim Tenreiro e se encantou. “Os vãos abertos, as formas orgânicas, a plasticidade da madeira... Foi como ver o mundo em cores”, lembra.
Cabideiro Loose, criação com inspiração modernista
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O designer acaba de levar sua Little Wishes — mistura de loja e galeria — para um novo endereço, nos Jardins, em São Paulo. Na CasaCor Rio, brinda o aniversário com seu representante exclusivo, a Arquivo Contemporâneo, com a instalação “Em torno” — um cilindro de 12 metros de altura e 6 de diâmetro com 130 nichos onde estão expostas suas obras emblemáticas.
“Jader é perseverante. Tem um foco preciso e coloca leveza em tudo que faz”, diz João Caetano, da Arquivo.
Desde que se uniu aos irmãos Claudio e João Frank, na Sollos, em 2004, e passou a produzir seus próprios desenhos, o arquiteto deu vida a 820 peças
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Três novas lojas devem ser abertas em breve no Brasil e outras três nos EUA. Durante a entrevista, carregava rascunhos para uma marca internacional de porcelanas.
Jader é bom desenhista desde criança. “Trocava caricaturas por refrigerantes e tatuava os amigos com caneta Bic”, lembra, rindo. Foi esse talento que o levou à arquitetura — época em que encarnava o estereótipo do metaleiro: cabelo até a cintura, cavanhaque, jaqueta.
A mesa Dinn em madeira clara, na sala de jantar, e escura, abaixo
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O look foi lapidado. Dessa fase, restou a cor preta: jeans, camiseta e blazer. Mas a energia ainda é rock ’n’ roll. “Sou caótico, aceleradíssimo. Faço várias coisas ao mesmo tempo, não sou delicado. Mas, quando desenho, o resultado é leve”, reflete. “Meu trabalho é um lazer. Tudo me alimenta.”
E, nesse ponto, as visitas a museus são imbatíveis. “São momentos monásticos, de paz, quando encontro uma conexão”, diz. Compulsivo, lê vários livros ao mesmo tempo. Movido pela curiosidade e por um perfeccionismo obsessivo, Jader quer manter essa alma inquieta viva.
“Quanto mais se sabe, mais se tem para aprender”, filosofa.
E o que falta fazer ainda? Ao que ele responde rápido: “Um mundo!”.
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